Agrotóxicos - de armas químicas a defensivos agrícolas |
Agrotóxicos - De Armas Químicas a Defensivos Agrícolas
Parte 3
Por Marise Jalowitzki
23.março.2011
Link: http://t.co/21Mfrv5
Tive acesso, em meados do ano passado, a uma série de assustadoras informações sobre os agrotóxicos, que são condenados por ambientalistas e recebem campanhas vorazes de proibição sem que, no entanto, se disseminem os conhecimentos sobre quais as consequências reais, os danos ao corpo humano e a todos os demais seres vivos (incluindo o solo e as águas), que estão no entorno e mais além. Sim, pois, os lençóis freáticos são contaminados, o vento propaga as toxinas e gente de muito longe acaba sendo intoxicada. Fui preparando alguns conteúdos que agora passo a publicar.
Peço a todos que divulguem, disseminem este conhecimento, pois espalhar veneno é uma verdadeira Guerra Química, porém ainda mais pérfida, pois não é anunciada, ela é silenciosa e, pior, o já castigado homem do campo paga por ela!
Mas, não para por aí, pois nós, que consumimos os alimentos, também somos afetados.
A notícia divulgada nesta semana (e publicada neste blog - link: http://t.co/dx22I1k ) sobre o leite materno contaminado por DDE (Ex-DDT) e outros agrotóxicos, não é uma notícia nova. As mamães de Cuiabá não são as primeiras. Trata-se apenas de MAIS UMA PESQUISA que, novamente, sem receber a divulgação nem a notoriedade necessárias, vai passando "batido". Os efeitos danosos, alguns ainda desconhecidos, vão aparecendo nas crianças que recebem os mais diversos tratamentos e não aparecem nas colunas sociais.
Conhecer o que está por detrás dos alimentos desenvolvidos à base de agrotóxicos é responsabilidade social |
Nos anos 50, os agrotóxicos, juntamente com os fertilizantes e as máquinas agrícolas, foram os promotores da chamada “Revolução Verde” .
Era a chegada impactante da tecnologia à produção agrícola que prometia acabar com a fome no mundo. Como podem ver, é antiga essa falácia de "acabar com a fome no mundo". O que se percebe são cada vez mais e novas doenças e debilidades e a miséria-miserável abarcando uma fatia ainda mais numerosa da população carente.
Embora esses produtos tenham sido muito eficientes, aumentando a produção agrícola, em quantidades antes inimagináveis, o mundo viria a perceber que as populações famintas haviam aumentado desde os anos 50 até os dias atuais. Isso sem contar a poluição química e os envenenamentos dos agricultores, dos consumidores e dos alimentos.
A razão, bem sabemos, é simples: a fome não é, nem nunca foi, um problema resultante da inadequada forma de produção dos alimentos.
A fome é resultado de fatores econômicos, políticos e sociais que afetam a distribuição e o uso dos alimentos. É resultado da VONTADE em manter o atual quadro de diferenças sociais como forma de manipulação e sujeição.
Nos anos 50 e 60, os países que tinham a agricultura como principal base de sustentação econômica, foram fortemente pressionados por organismos financiadores internacionais para adquirirem essas substâncias.
Sob o nome neutro de “defensivos agrícolas” os agrotóxicos eram festejados como instrumentos essenciais para combater a fome. Eles foram incluídos compulsoriamente, junto com os adubos e fertilizantes, nos financiamentos agrícolas, tipo "venda casada".
O perverso é que os piores efeitos colaterais pela exposição aos agrotóxicos somente aparecem após 10, 20 anos após a contaminação, o que faz com que muitos desconfiem e até desprezem as poucas informações veiculadas.
Situações terríveis, com efeitos devastadores que se perpetuam até hoje, aconteceram nos idos de 1950, depois, nos anos 60 e 70, nas guerras da Coréia e do Vietnam, em ataques em outros países que poucos ficaram sabendo. Armas químicas terríveis, como o chamado Agente Laranja, continuam a coabitar nas lavouras, nos lençóis freáticos, nos alimentos e no ar que respiramos. Mascarados com outros nomes, é claro, mas com a mesma nocividade.
Agricultores e consumidores são seduzidos pela belza dos produtos à base de agrotóxicos. |
O que a população não quer saber é que todo esse encanto é tóxico.
"Beleza" que não põe mesa.
"Beleza" que deforma e mata.
(continua)
Leia, também: Agrotóxicos - Eu, boiola? O senhor sabe que pode ficar impotente? - Link: http://t.co/6u8xT7t
Marise Jalowitzki Compromisso Consciente |
Escritora, pós-graduação em RH pela FGV, international speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil
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