“Esses índios aí, alguns perigam sobrar. O que não sobrar, nós vamos dar para os porcos comerem”, declara Luis Carlos da Silva Vieira, proprietário do município de Paranhos. |
"Guarani-Kaiowá devem aprender a trabalhar como qualquer um", diz governo do MS aos EUA, segundo o Wikileaks
Justiça suspende decisão judicial que obrigava os indígenas a sair da reserva em Mato Grosso do Sul. Mas temos de ficar atentos. A luta continua! Até porque a ideologia dos donos do agronegócio é a de obter lucro rápido a qualquer preço. As leis de nada valerão se não estiverem acompanhadas de fiscalização vigilante e persistente! Aumentar o efetivo do IBAMA e da Polícia Federal é questão emergencial para assegurar que os Guarani-Kaiowá e TODOS os demais indígenas do país não continuem sendo assassinados e perseguidos pelos pistoleiros contratados pelo "senhores" invasores de áreas reservadas aos primeiros habitantes deste torrão!
Por Marise Jalowitzki
30.outubro.2012
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/10/guarani-kaiowa-devem-aprender-trabalhar.html
Os conflitos que duram décadas e que, neste momento, estão tendo uma repercussão internacional, tem mesmo uma origem só: a ganância, que a tudo perpassa e tritura a quem quer que esteja na frente dos interesses dos poderosos.
O que se vê é uma clara "filosofia de vida" por parte dos governos brasileiros e donos do agronegócio. Tudo precisa ser transformado em "money", tudo deve ser visto sob a ótica do "quanto-eu-ganho-nisso". Se não for rentável, tem de ser exterminado. Tem sido assim com tudo e, pouco a pouco, mais e mais pessoas estão se dando conta disso, no mundo inteiro. Hoje estamos falando de um povo que vem sendo exterminado há muito tempo e que está resistindo. Os guaranis e os kaigangs do RS estendem-se nos chãos das calçadas, aculturados, para receber alguns trocados por ocasião das festas oficiais dos "brancos". Por mais que alguns movimentos tentem reintegrá-los, a "mistura" com o nosso pobre-rico meio de vida está feita.
A infelicidade de todo o povo indígena, de norte a sul, passa pela simples maneira de ESTAR VIVO, alguns mais velhos querendo resgatar a forma tradicional de vida, os mais jovens tentando se inserir na sociedade "branca", cortando cabelo e vestindo-se ao estilo das cidades. Vão à escola, mas, basta saber que "são índios", para receber o desdém, o desrespeito, a proibição taxativa de inserção; pais "brancos" proíbem as moças de namorar com os rapazes descendentes das aldeias; mães índias que, porventura, tenham se casado com um "branco", lamentam o preconceito e se culpam pela infelicidade dos filhos segregados.
Tudo o que vemos é racismo, é preconceito, é tentativa poderosa de massificar, de tornar "igual" o que nunca foi igual. Não é igual para os negros, não é igual para as mulheres, não é igual para os menos providos. Há castas em tudo. Também para os nossos índios.
Quando, certa vez, encontrei um Guarani deitado, bêbado, em coma alcoólica em pleno Largo Glênio Peres (centro de Porto Alegre), o homem, desacordado, estava sob o sol inclemente. Pedi ajuda a alguns PMs para que o recolhessem, pelo menos, para a sombra, até que fosse chamada uma ambulância para levá-lo a socorro.
"-Se nós fôssemos pegar todo pinguço que há pelas ruas, não faríamos mais nada!" - foi a resposta.
Argumentei que era só para levá-lo até uma sombra (alguns metros), que era uma vida humana.
"-O que falta para eles é falta de caráter!" - respondeu-me o responsável pela segurança pública. (Mesmo que quem introjetou álcool entre os nativos fomos nós, os" brancos"). E não houve jeito. Começou ele a fica bravo COMIGO por estar reivindicando algo nada-a-ver. Até que chegou um homem (provavelmente o dono do bar que lhe vendeu a cachaça) e o arrastou.
"Guarani-Kaiowá tem de aprender a trabalhar como qualquer um"
Esta mania que temos de querer ver o mundo sob uma mesma ótica (trabalho, emprego, endividamento, financiamentos, mais bens de consumo, mais endividamentos, mais bens de consumo, mais endividamento...) é que PRECISA URGENTEMENTE SER REVISTA. Nos mais jovens, é claro, para que uma nova geração, de mais respeito e solidariedade, possa herdar o que sobrar desse nosso planeta. Sim, os mais jovens, pois os mais velhos não hão de querer "largar o osso" a não ser que o GOVERNO BRASILEIRO
TOME AS RÉDEAS DA SITUAÇÃO, com efetividade, e faça cumprir o que sempre deveria ter acontecido: O usofruto de direito às suas áreas reservadas, já bem diminutas em relação ao que tinham há décadas.
Quando o governo do MS salienta que os Guarani-Kaiowá precisam "aprender a trabalhar como qualquer um", ressaltando "não ter base" a reivindicação dos indígenas em relação às suas reservas, fica clara a distância abissal entre o que os índios sentem, pensam e querem e a forma "globalizada" de lucro fácil e imediato a qualquer preço das autoridades e donos do agronegócio.
O documento publicado pelo Wikileaks, em 2009, um telegrama que o governo do Mato Grosso do Sul enviou aos EUA, diz que "autoridades municipais e estaduais perguntaram como os índios dali reivindicavam ser índios, se eles ‘usam carros, tênis, drogas’. Eles reclamaram dos subsídios públicos dados aos índios, afirmando que eles deveriam ‘aprender a trabalhar como qualquer um’”, relata ainda o telegrama."
Leia mais: http://www.revistareciclarja.com/news/wikileaks-governador-de-ms-zombou-de-pedido-de-terra-para-os-guarani-kaiowa/#.UI_RN-zfXIc.facebook
O ÓDIO toma conta dos agropecuaristas. Quem sairá ganhando com essa divergência?
Indígenas, apesar da declaração da FUNAI de que seu direito em permanecer nas terras é legítimo, temem o aumento de assassinatos, movidos pelos agropecuaristas.
(Eu vi a foto do líder morto, rosto esfacelado, um horror!)
Segundo Mariana Boujikian Felippe: "O Estado não pode mais ser conivente com o extermínio velado dos Guaranis"
"MS abriga a segunda maior população indígena do país, mas é um Estado onde a lei pertence aos fazendeiros. Em agosto desse ano, Luis Carlos da Silva Vieira, proprietário do município de Paranhos, declarou abertamente a um site de notícias: “Esses índios aí, alguns perigam sobrar. O que não sobrar, nós vamos dar para os porcos comerem”.
A Constituição Federal prevê que todos os territórios tradicionais
deveriam ter sido demarcados até 1993, mas até agora, apenas 1/3 das terras foi
demarcado. A luta pela demarcação de terras esbarra na lentidão do Judiciário
em julgar processos pendentes, e no descaso do Executivo em homologá-las."
Segundo defensores dos direitos indígenas, a reserva de Dourados tem péssimas condições de vida em função da sobrepopulação ocasionada pela falta de terras: são 11,3 mil pessoas vivendo em 3,5 mil hectares.
O então presidente do Tribunal de Justiça também reclamou de “calúnias” que as autoridades locais sofrem dos ativistas, sendo acusadas de “tortura e racismo”, quando estão simplesmente “tentando cumprir a lei”.
Segundo recentes relatórios do Conselho Indigenista Missionário, há mais assassinatos entre indígenas no Mato Grosso do Sul, e particularmente entre os Guarani-Kaiowá, do que em todo o resto do Brasil: entre 2003 e 2011, foram 279 em MS, e 224 no restante do Brasil. O estado também se destaca pelo número de suicídios entre indígenas e outras mazelas, como desnutrição infantil
Para a vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, essa é "a maior tragédia conhecida na história indígena em todo o mundo".
Mariana Boujikian Felippe é estudante de Ciências Sociais da USP
http://uniaocampocidadeefloresta.wordpress.com/2012/10/25/o-estado-nao-pode-mais-ser-conivente-com-o-exterminio-velado-dos-guarani/
Para os americanos, a situação das terras indígenas em MS e outras partes continuará apresentando desafios à democracia brasileira nos próximos anos. “A única coisa que fica clara é que, sem uma postura mais proativa do governo brasileiro, o assunto não vai se resolver por si mesmo”, conclui outro comunicado de 2008 sobre o tema – intitulado significativamente de “o desastre guarani-kaiowá”.
Leia mais: http://www.revistareciclarja.com/news/wikileaks-governador-de-ms-zombou-de-pedido-de-terra-para-os-guarani-kaiowa/#.UI_RN-zfXIc.facebook
http://www.revistareciclarja.com/news/cerca-de-863-indios-se-suicidam-e-quase-ninguem-viu-/#.UIX_2Vm0QMM.facebook
compromissoconsciente@gmail.com
Escritora, Educadora, Ambientalista de coração,
Coordenadora de Dinâmica de Grupos,
Especialista em Desenvolvimento Humano,
Pós-graduação em RH pela FGV-RJ,
International Speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil
Suicídio Coletivo, será mesmo?
Tonico Benites, antropólogo guarani, escreve:
(...)
A possibilidade de se efetivar o suicídio coletivo dos Kayowá
se apoia em dados oficiais do Ministério da Saúde: nos últimos onze anos, entre
2.000 e 2011, ocorreram 555 suicídios, uma das taxas mais altas do mundo.
(...)
Se a tragédia acontecer, uma pergunta
vai ter que ser respondida: suicídio coletivo? Será mesmo? A ideia de suicídio
é, num certo sentido muito cômoda, porque isenta de culpa a terceiros. Mas se
você é levado por alguém a se matar, trata-se de suicídio ou de uma forma de
homicídio? O artigo 122 do Código Penal Brasileiro estabelece pena de reclusão para
o agente que, através de ato, induz ou instiga alguém a se suicidar ou
presta-lhe auxílio para que o faça. Quem pode ser incriminado neste caso?
A pergunta deve ser feita ao governador
Puccinelli, implicado pela Operação Uragano da Polícia Federal num esquema
ilegal de pagamento de propinas a deputados e desembargadores, que em maio de
2010, durante a abertura da Expoagro, em Dourados, incitou os fazendeiros
contra os índios.
Tonico Benites
Para os americanos, a situação das terras indígenas em MS e outras partes continuará apresentando desafios à democracia brasileira nos próximos anos. “A única coisa que fica clara é que, sem uma postura mais proativa do governo brasileiro, o assunto não vai se resolver por si mesmo”, conclui outro comunicado de 2008 sobre o tema – intitulado significativamente de “o desastre guarani-kaiowá”.
Leia mais: http://www.revistareciclarja.com/news/wikileaks-governador-de-ms-zombou-de-pedido-de-terra-para-os-guarani-kaiowa/#.UI_RN-zfXIc.facebook
22/10/2012 23:27
Em sua carta-testamento os Kaiowá/Guarani rogam:
- Pedimos ao Governo e à Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas decretar nossa morte coletiva e enterrar nós todos aqui. Pedimos para decretar nossa extinção/dizimação total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar nossos corpos. Este é o nosso pedido aos juízes federais.
Diante dessa história dantesca, a vice-procuradora Geral da República, Déborah Duprat, disse: "A reserva de Dourados é talvez a maior tragédia conhecida da questão indígena em todo o mundo".
Em setembro de 1999 estive por uma semana na reserva Kaiowá/Guarani, em Dourados. Estive porque ali já acontecia a tragédia. Tragédia diante do silêncio quase absoluto. Tragédia que se ampliou, assim como o silêncio. Entre 1986 e setembro de 1999, 308 índios haviam se suicidado. Índios com idade variando dos 12 aos 24 anos.
Suicídios quase sempre por enforcamento, ou veneno. Suicídios por viverem confinados em reservas cada vez menores, cercados por pistoleiros ou fazendeiros que agiam, e agem, como se pistoleiros fossem. Suicídio porque viver como mendigo ou prostituta é quase o caminho único para quem deixa as reservas.
Italianos e um brasileiro fizeram um filme-denúncia sobre a tragédia. No Brasil, silêncio quase absoluto: Porque Dourados, Mato Grosso, índios... isso está muito longe. Isso não dá Ibope, não dá manchete. Segundo o Conselho Indigenista Missionário, o índice de assassinatos na Reserva de Dourados é de 145 habitantes para cada 100 mil. No Iraque, esse índice é de 93 pessoas em cada 100 mil.
Desde 1999, quando estive em Dourados com o fotógrafo Luciano Andrade, outros 555 jovens Kaiowá/Guarani se suicidaram no Mato Grosso do Sul. Sob aterrador e quase absoluto silêncio. Silêncio dos governos e da Mídia. Um silêncio cúmplice dessa tragédia.
Ato em Brasília - Rose Cabrera Kaiowá e Elizeu Lopes Guarani- Kaiowá colocam cruzes, simbolizando os mortos, marcando o protesto em frente ao Congresso Nacional de entidades que pedem proteção a índios da etnia Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, ameaçados de expúlsão da área por fazendeiros não índios Assine a petição promovida pela Avaaz na outra matéria: Salvemos os índios Guarani-Kaiowá do
Segue abaixo o texto originariamente publicado por Bob Fernandes e seu video.
Em 19/10 - Ato em Brasília contra o genocídio dos Guarani-Kaiowá
Nas últimas semanas, além do futebol de sempre, dois assuntos ocuparam as manchetes: o julgamento do chamado "mensalão" e, em São Paulo, o programa de combate a homofobia, grotescamente apelidado de "Kit Gay". Quase nenhuma importância se deu a uma espécie de testamento de uma tribo indígena. Tribo com 43 mil sobreviventes.
A justiça federal decretou a expulsão de 170 índios na terra em que vivem atualmente. Isso no município de Iguatemi, no Mato Grosso do Sul, à margem do Rio Hovy. Isso diante de silêncio quase absoluto da chamada Grande Mídia. (Eliane Brum trata do assunto no site da revista Época). Há duas semanas, numa dramática carta-testamento, os Kaiowá-Guarani informaram:
-Não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui, na margem do rio, quanto longe daqui. Concluímos que vamos morrer todos. Estamos sem assistência, isolados, cercados de pistoleiros, e resistimos até hoje. Comemos uma vez por dia.
A justiça federal decretou a expulsão de 170 índios na terra em que vivem atualmente. Isso no município de Iguatemi, no Mato Grosso do Sul, à margem do Rio Hovy. Isso diante de silêncio quase absoluto da chamada Grande Mídia. (Eliane Brum trata do assunto no site da revista Época). Há duas semanas, numa dramática carta-testamento, os Kaiowá-Guarani informaram:
-Não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui, na margem do rio, quanto longe daqui. Concluímos que vamos morrer todos. Estamos sem assistência, isolados, cercados de pistoleiros, e resistimos até hoje. Comemos uma vez por dia.
Em sua carta-testamento os Kaiowá/Guarani rogam:
- Pedimos ao Governo e à Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas decretar nossa morte coletiva e enterrar nós todos aqui. Pedimos para decretar nossa extinção/dizimação total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar nossos corpos. Este é o nosso pedido aos juízes federais.
Diante dessa história dantesca, a vice-procuradora Geral da República, Déborah Duprat, disse: "A reserva de Dourados é talvez a maior tragédia conhecida da questão indígena em todo o mundo".
Em setembro de 1999 estive por uma semana na reserva Kaiowá/Guarani, em Dourados. Estive porque ali já acontecia a tragédia. Tragédia diante do silêncio quase absoluto. Tragédia que se ampliou, assim como o silêncio. Entre 1986 e setembro de 1999, 308 índios haviam se suicidado. Índios com idade variando dos 12 aos 24 anos.
Suicídios quase sempre por enforcamento, ou veneno. Suicídios por viverem confinados em reservas cada vez menores, cercados por pistoleiros ou fazendeiros que agiam, e agem, como se pistoleiros fossem. Suicídio porque viver como mendigo ou prostituta é quase o caminho único para quem deixa as reservas.
Italianos e um brasileiro fizeram um filme-denúncia sobre a tragédia. No Brasil, silêncio quase absoluto: Porque Dourados, Mato Grosso, índios... isso está muito longe. Isso não dá Ibope, não dá manchete. Segundo o Conselho Indigenista Missionário, o índice de assassinatos na Reserva de Dourados é de 145 habitantes para cada 100 mil. No Iraque, esse índice é de 93 pessoas em cada 100 mil.
Desde 1999, quando estive em Dourados com o fotógrafo Luciano Andrade, outros 555 jovens Kaiowá/Guarani se suicidaram no Mato Grosso do Sul. Sob aterrador e quase absoluto silêncio. Silêncio dos governos e da Mídia. Um silêncio cúmplice dessa tragédia.
compromissoconsciente@gmail.com
Escritora, Educadora, Ambientalista de coração,
Coordenadora de Dinâmica de Grupos,
Especialista em Desenvolvimento Humano,
Pós-graduação em RH pela FGV-RJ,
International Speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil
Justiça suspende decisão judicial que obrigava os indígenas a sair da reserva em Mato Grosso do Sul. Mas temos de ficar atentos. A luta continua! Até porque a ideologia dos donos do agronegócio é a de obter lucro rápido a qualquer preço. As leis de nada valerão se não estiverem acompanhadas de fiscalização vigilante e persistente! Aumentar o efetivo do IBAMA e da Polícia Federal é questão emergencial para assegurar que os Guarani-Kaiowá e TODOS os demais indígenas do país não continuem sendo assassinados e perseguidos pelos pistoleiros contratados pelo "senhores" invasores de áreas reservadas aos primeiros habitantes deste torrão!
ResponderExcluirCarlos Rímolo escreveu:
ResponderExcluir"Carlos Rímolo 31 de outubro de 2012 08:37
Querida amiga Marise !
Passando mais uma vez por aqui para deixar meu carinho e deleitar-me com tão belos e importantes textos sobre a cultura indígena, por você tão bem colocada. Meus parabéns!
Beijos de luz !!!
POETA CIGANO - 31/10/2012"
MUITO GRATA, AMIGO, pela presença e carinho!
Deixo o convite para os amigos: Visitem o blog "carlosrimolo" também no blogspot