sábado, 14 de setembro de 2019

Prevenção ao suicídio - Intenções de quem se automutila, de quem fere a si mesmo, de quem se tira a vida










Marise Jalowitzki


Sempre que alguém volta-se a si mesmo, com o intuito de se machucar, de se ferir, está a evidenciar sua incapacidade de lidar com o meio, de enfrentar as situações conflitantes, de se sentir impotente para reagir. O sofrimento da impotência precisa se expandir e ele opta por se machucar como forma de obter alívio para aquilo que profundamente o desgosta.

Na primeira infância, crianças costumam gritar, ou chorar [ou ambos] quando se sentem impotentes, impedidas de fazer algo. Na querida pessoinha que se sente aprisionada, mas, desde cedo, mostra que não temo ímpeto de se rebelar contra quem a está submetendo, ela se volta contra si mesma, se automachuca, se automutila, seja batendo a cabeça contra a parede, se mordendo, batendo em si mesma, enquanto chora. Mais tarde o processo pode agravar-se e enveredar para cortes, que vão desde "riscos" até cortes profundos e de consequências bem graves, até o suicídio. 

Usualmente, a pessoa que se automutila não está querendo terminar sua própria vida; ela usa esse comportamento como uma maneira de aliviar a dor emocional, o desconforto de uma situação aflitiva (crises, brigas, incompatibilidades, acusações, negligências, exclusões, abusos). Aí, para aguentar o sofrimento, tipo uma válvula de escape, começa a se cortar nos braços, pernas, abdômen, coxas, etc. - por iniciativa própria ou até mesmo aconselhada por algum amigo (presencial ou virtual) que assegura o grande alívio que irá gerar depois dos cortes. 


As mutilações geralmente acontecem em áreas onde possam ficar ocultas dos pais ou mesmo de outros amigos e colegas na escola; áreas cobertas pelas roupas, o que faz com que o processo seja desconhecido pelos pais durante um longo tempo.

A adolescência e juventude caracterizam-se, historicamente, pela insurreição, pelo aborrecimento, pelo tédio, depressão, intenções de suicidalidade e até mesmo suicídio de fato. 

Usualmente, os pais, observando um comportamento mais arredio, no pior dos casos, se irritam, xingam, mandam fazer algo. Só agrava a situação, pois a sensação de ser mal querido(a), não aceito(a) só aumenta. E a revolta também. Consequentemente, a automutilação e as tentativas de suicídio. 

Também há os pais zelosos, que se sentem impotentes, que não sabem o que fazer, e levam, imediatamente, a um psiquiatra. Desculpem, mas se não acontecer uma terapia familiar, onde os diferentes componentes sejam ouvidos (ora isoladamente, ora todos reunidos), também, dificilmente, vai acontecer uma melhora em todo o ambiente. É preciso ir ao cerne da questão, ao que leva de fato ao comportamento que precisa de amparo e intervenção certeira.

Some-se a isso os grupos (presenciais ou virtuais) de incentivo a essas práticas e a aflitiva situação está criada, muitas vezes com resultados bastante tristes. E irreversíveis. O adolescente, os jovens e os jovens adultos são altamente influenciáveis e a opinião, ainda que devastadora, de pessoas que parecem entender o que eles sentem, possuem um poder capaz de conduzir a atos anteriormente impensáveis!

Medicação como única intervenção


uso de medicação costuma ser a primeira intervenção,
mas tem de ir ao cerne, senão, o quadro só tende a piorar
Caso a família opte pelo uso de psicotrópicos, que tenha conhecimento que muita coisa pode advir deste uso: nos primeiros tempos, pode ocorrer uma  melhora significativa, depois, com o uso prolongado, pode voltar ao que era e mesmo piorar bastante. 

Você tem ideia de quantas notícias ouviu, só neste ano, de pessoas com depressão, que faziam uso das drogas psiquiátricas (anfetaminas e antidepressivos) que acabaram se suicidando? Geralmente por enforcamento. Tristíssimo! E ainda tão pouco falado. E este alerta (do uso de medicamentos poder induzir ao suicídio) consta até mesmo na bula!!!

Muitas vezes, como saliento sempre, a questão também necessita de um ajuste alimentar, com a ingestão de nutrientes que aumentem o nível de serotonina (hormonio da satisfação, da alegria, da sensação de otimismo e mesmo felicidade). Tomar sol (ou suplementar a Vit D) e passeios ao ar livre costumam causar efeitos bem satisfatórios.

Informe-se!
Esteja atento!


Procure alternativas não invasivas!
Esteja presente!
Seja um presente!


Link deste texto: https://compromissoconsciente.blogspot.com/2019/09/suicidio-intencoes-de-quem-se.html






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