Aconteceu em Marília - SP. (imagens capturadas na web - à direita, a cidade de Marília, em São Paulo, onde aconteceu o bullying e ameaças de morte à jovem) |
https://compromissoconsciente.blogspot.com/2019/09/maes-de-alunas-sao-obrigadas-pagar.html
04.setembro.2019
Bullying, racismo, ameaça de morte... coisa de criança? - Mães de alunas são obrigadas a pagar multa indenizatória
Ameaçar de morte é "coisa de criança"?
Fazer bullying à exaustão é prática considerada "normal"?
Por acontecimentos como este que uma pessoa (adolescente ou não) acaba em depressão, dificilmente consegue se recuperar e, não raro, começa a ter ideias suicidas!!!
Toda a dor desta menina, com então 15 anos, aconteceu em 2014, quando passou a frequentar uma nova escola.
Insisto sempre que o bullying não fortalece ninguém. Pais que insistem para que o filho permaneça na mesma escola, aguentando ser a bola da gozação da vez, não sabem o que estão proporcionando às crianças. Certa foi a mãe que levou para tratamento terapêutico, que tirou da escola onde aconteceram as agressões. É isso.
Temos de, como pais, conversar sempre, e muito, com nossos filhos, para que algo pior não aconteça. Sem cobranças, exercitando o ouvir, escutar, sem julgamento, o que o(a) jovem tem a dizer e tomar as providências, como no caso desta mãe.
- PARABÉNS à mãe, que soube ouvir e tomar as medidas judiciais cabíveis! Primeiro el conversou com as mães das meninas perseguidoras. Tudo só piorou, recebeu até ameaça de morte. Foi aí que resolveu procurar a força e o amparo da lei.
- PARABÉNS à menina, que conseguiu se abrir com a mãe e contar o que estava acontecendo!
- PARABÉNS à advogada, que soube conduzir com maestria todo o processo.
- PARABÉNS ao juizado que determinou a sentença indenizatória.
Leia a matéria na íntegra:
O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou as mães de duas adolescentes a indenizarem em R$ 8.000 uma garota que sofreu bullying em um colégio particular no município de Marília, interior de São Paulo. As menores foram acusadas de usaram WhatsApp e redes sociais para isolar socialmente e ameaçar de morte uma colega.
A confusão começou em 2014, quando a garota Larissa (todos os nomes são fictícios), então com 15 anos, se transferiu para um colégio de renome na cidade para cursar o primeiro ano do ensino médio. Logo no início das aulas, ela se sentiu rejeitada pelas veteranas. "Desconfiamos de racismo, porque ela tem pele bem morena", contou ao UOL Daniele Suzuki, advogada da garota. "Uma das ofensas foi 'preta suja'.
O bullying foi organizado por duas estudantes com a mesma faixa etária. Érika, que estudava com Larissa, criou um grupo de WhatsApp com outros estudantes. A ordem era clara: se alguém se aproximasse da rival, "a coisa ia ficar feia", conta a advogada.
Em seguida, Larissa passou a receber mensagens no celular. "Começou com xingamentos de biscate e piranha. Depois começaram as ameaças", diz Suzuki. Aos poucos, praticamente todo o colégio aderiu ao bullying, e a adolescente chegou a ser impedida de sair da sala de aula. "Ela não ia mais para o recreio e não deixava a classe nem para ir ao banheiro."
Com o tempo, o rendimento escolar da garota despencou e, abatida, já não saía de casa. Foi quando a mãe da menina perguntou o que estava acontecendo. Larissa mostrou as conversas. "Se eu for ao Mac, vou apanhar. Se for à escola, acontece isso", teria dito.
A mãe, então, foi à casa da colega de classe e conversou com a mãe de Érika, que prometeu conversar com a filha. Se o bullying não acabasse, a solução seria a via judicial. Foi quando as coisas pioraram.
Desde então, a mãe de Larissa passou a levar e buscar a filha dentro da sala de aula. Foi quando ela decidiu reunir todas as mensagens do WhatsApp e das redes sociais e entrar com uma ação judicial.
Abalada, Larissa perdeu o ano letivo e iniciou um tratamento psicológico, que dura até hoje. Ao final daquele ano, Larissa voltou ao antigo colégio.
"Briga de criança", diz defesa
"Era conversinha de Facebook, WhatsApp. Ameacinha de criança de 15, 16 anos", afirmou o advogado de Érika, César Alessandre Iatecola. "Nunca teve vias de fato. Teve umas conversinhas pesadas, mas ia matar por causa de namorico?"
Ele disse que sua cliente passou a ameaçar Larissa porque ela teria ficado com o namorado de Érika. "A minha cliente tinha um namorico com um menino, mas ela [Larissa] ficou com ele."
Suzuki rebate: "A defesa alegou que minha cliente teria ficado com o ex-namorado de Érika, mas isso não ficou provado nos autos. E, mesmo que tivesse ocorrido, não justifica as ameaças".
Não há como negar a conduta grave e desonrosa das filhas das apelantes que, aliás, trouxe danos passíveis de indenização à autora
Fábio Quadros, relator do caso na 4ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de SP
Fábio Quadros, relator do caso na 4ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de SP
Como todas eram menores, as mães de Érika e Ana foram condenadas a dividir uma indenização de R$ 8.000. Para o advogado, a decisão judicial "foi exagerada". "Com juros e correção, esse valor deve estar em torno de R$ 15 mil hoje em dia", calcula Iatecola.
Ele se reunirá com a advogada de Ana —que não quis conversar com a reportagem— para decidir se recorrem ao STF (Supremo Tribunal Federal). Iatecola deve sugerir um acordo. "Ser for ao Supremo, vai demorar mais uns cinco anos. Os juros e correção continuarão correndo, e a indenização ficará em R$ 25 mil, R$ 30 mil", diz.
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