segunda-feira, 3 de agosto de 2015

TDAH - Pai Sofrimento e Mãe Dor OU Pai Amor e Mãe Compreensão


As imagens utilizadas neste artigo são do Centro Irvine de Desenvolvimento Infantil 





Por Marise Jalowitzki
03.agosto.2015
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/08/tdah-pai-sofrimento-e-mae-dor-pai-amor.html


Ultimamente tem virado moda repetir esta frase: "Educação vem de casa. Escola só passa informação." Será? Não concordo. E, comigo, mais uma turma de peso!
O que é EDUCAÇÃO?
E por que somos, então, chamados de 'educadores', se é só pra passar informação?
Os tempos em que a escola era fonte de repasse de dados e cálculos, referencial de pesquisa, já passou faz tempo. As informações, o conhecimento em si, as fontes bibliográficas e de captação de dados, hoje são a internet! Com um clique o aluno tem a seu dispor muito mais informação do que um professor pode passar em um turno inteiro.

E, se os modos de acessar a informação mudaram, por que não mudam as metodologias para repassar os conteúdos das grades escolares?

Tudo isso precisa ser revisto, urgentemente, para que a contextualização escola-aluno aconteça efetivamente e o ensino se torne uma forma prazerosa, satisfatória de aprendizagem efetiva.

E os pais, a família, hoje multifacetada, muitas vezes desfalcada em seus papéis principais? Pai e mãe moram juntos? Se respeitam? Respeitam o filho? Quantas horas estão com ele, ou passam a maior parte do tempo pendurados em metrôs até chegar ao serviço e, depois, o mesmo trajeto para voltar? Até quando vamos protelar o fato de que os problemas da sociedade contemporânea afetam diretamente o dia a dia e, portanto, a formação (inclusive emocional) de todas as crianças?

A escola, sem ser fada-madrinha nem ter varinha-mágica, precisa, nao obstante, estar atenta a todos estes fatores e procurar integrar-se, o mais possível, dentro deste modelo social caótico. Tem de haver esforços muito grandes e consistentes para trazer os adultos destas famílias - tenham a composição que tiverem - para mais perto dos educadores e, juntos, estabelecer uma parceria de verdade.



"Os educadores estão sendo treinados para saber o que fazer frente aos conflitos? 

Os pais estão sendo orientados para melhorar a maneira como encaram e reagem ao que julgam “esquisitices” de seus filhos? Ou a coisa vai apenas se resumir em “mandar para um especialista” e intensificar o uso do fármaco tarja preta?" (pág 26)

"Chamar uma criança para respostas que ainda não consegue dar significa corromper a sua motivação. Uma criança muito requerida torna-se passiva; com o tempo, a recusa pode transformar-se em surto, pode arremessar coisas, morder-se ou morder os outros. Respostas que são exatamente o oposto do que os pais queriam." (Remo Largo - pág 31)
Marise Jalowitzki

Livro TDAH Crianças que Desafiam


Há alguns dias uma mãe contatou, comentando da dor da exclusão em sala que o seu pequeno de 6 anos sofreu.
"Ontem busquei ele no final da aula e ele estava rouco.
Perguntei: O que houve, filho? Por que tua voz está assim? E ele me respondeu:
- Foi de tanto eu gritar para meus colegas parar de rir de mim!
- E a pro não fez nada?
- Ela riu junto! Todos acharam engraçado quando eu falei errado!
Foi a gota d'água - disse ela - pra eu me decidir a trocar ele de escola. Deu, né? Eu venho falando há meses, ele tem o diagnóstico, ele precisa de tratamento diferenciado. Agora, vamos colocá-lo em uma escola inclusiva."

Importante saber o momento de dar um basta! Por que forçar uma criança em tão tenra idade a situações de exposição e sofrimento? Sim, o ideal seria ajudá-la a superar, mas, se o entorno não muda, se as outras pessoas não a acolhem (especialmente a professora, que representa a autoridade), todo o esforço será em vão.

Todas estas queridas crianças só precisam é de mais respeito em relação à sua funcionalidade! 
Quando a escola não se dispõe a auxiliar, os pais precisam estar sensíveis ao fato e avaliar riscos e consequências. Sim, cada criança é uma criança. Cada adolescente é um adolescente! 

Alguns adultos (pais, educadores ou terapeutas) entendem que "forjar para a vida" pode ser importante. E é. O convívio com os conflitos, o enfrentamento deles, fortalece. Entretanto, algumas crianças simplesmente não aguentam! Sua estrutura emocional é frágil, elas não entendem porque tanta agressão e exclusão e se sentem impotentes para enfrentar e conviver! O filme que assisti ontem (O Substituto) foi, exatamente, de uma garota que não aguentou a pressão e a zoação e se suicidou. 
E não precisa ser um caso assim extremo. Muitas crianças simplesmente passam a não acreditar mais em si e acabam 'errando' cada vez mais! Alterando definitivamente seu autoconceito e valorização.

Por vezes, trocar de escola é questão de sobrevivência.




Outra mãe coloca:
"Estamos analisando esta troca de escola em conjunto. Marise Jalowitzki, tenho amigas com filhos lá na mesma escola e descobrimos que ao terem trabalho com a criança eles estão rotulando de hiperatividade e encaminhando para psicóloga. .. Não é possível que tenham tantas crianças com problemas iguais no mesmo lugar... 
Acho que deveriam rever a metodologia de ensino , porém, o diálogo está difícil, então, diante do impasse, optamos pela troca. 

Queremos que ele se adapte às regras da sala de aula, pois também queremos matriculá-lo no colégio militar, mas, sem colaboração é difícil, pois não ficamos na sala de aula para agir quando ele fica nervoso por não conseguir fazer algo... Espero que a terapia ajude...

Hoje já fiz um pouco de arte com ele e os primos e vou em busca dos florais amanhã. 
Ele hoje fez a lição sem reclamar, intercalei com umas paradas pra cuidar das plantinhas e tudo deu certo. Agradeço muito a ajuda que têm me dado!"


Maravilha!







Pai Sofrimento e Mãe Dor são mestres ensinadores, sim. Mas, não são os únicos!
Pai Amor e Mãe Compreensão ensinam do mesmo jeito, só que de maneira agregadora.

Há lugar para todos os estilos! E muita coisa, nesta condução, está nas mãos dos pais, seja no interior dos lares, na forma de tratar seus pequenos; seja na escola e todo o demais, na forma de enfrentar o socialmente instituído (o que inclui a pressão para 'adaptação' e medicalização).

Nos últimos séculos tem se enfatizado por demais o sofrimento como caminho para o aperfeiçoamento, mas não é só este que existe! E bem vemos a que chegou a Humanidade até agora, baseada neste modelo feroz! O benefício de alguns, em troca da necessidade e exclusão de muitos!

Particularmente, eu prefiro, sempre que possível, este casal! Pai Amor e Mãe Compreensão.



 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

blogs:


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TDAH CRIANÇAS QUE DESAFIAM

COMO LIDAR COM O DÉFICIT DE ATENÇÃO E A HIPERATIVIDADE NA ESCOLA E NA FAMÍLIA



Para que servem todas as atividades em que você matricula
seu filho? O que você espera alcançar com isto?
Ter um filho feliz ou formatar um campeão?
O que seu filho pensa disto?

A doidice de cada dia e a ânsia dos pais em acertar

http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/06/a-doidice-de-cada-dia-e-ansia-dos-pais.html















E quando os pais são agressivos com os filhos? O que a escola pode fazer?

















TDAH - MUITA, MUITA CONVERSA, MENOS, MUITO MENOS MEDICAÇÃO! Terapia ao invés de medicação!
Pessoas sempre foram e sempre serão diferentes entre si. Diferentes
métodos e abordagens para conhecer e classificar esta diversidade
continuam sendo praticados e oferecidos.
(...)

Tudo são filosofias e visões inclusivas,que buscam identificar as habilidades, qualidades e características de cada indivíduo e aproveitá-las da melhor maneira possível. Não uniformizar sob mesmos comportamentos e reações. Manter a diversidade, aprimorando as relações e o desempenho.






Por Marise Jalowitzki
06.maio.2015
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/05/tdah-muita-muita-conversa-menos-muito.html







Por Marise Jalowitzki
Foto top: artes de Aline Solf
11.abril.2015
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/04/voce-sofre-de-tddc.html











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