sexta-feira, 17 de julho de 2015

Estudos clínicos de antidepressivos excluem a maior parte dos pacientes com depressão que estão no mundo real.






Estudos clínicos de antidepressivos excluem a maior parte dos pacientes com depressão que estão no mundo real

Por Luís Fernando Tófoli
publicado neste blog em 17.julho.2015
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/07/estudos-clinicos-de-antidepressivos.html


Segundo um estudo publicado na revista científica Journal of Psychiatric Practice (que foca na psiquiatria do 'mundo real', aquela que acontece fora do mundo artificializado dos estudos clínicos), uma ínfima parcela de pessoas com depressão participam de ensaios clínicos com antidepressivos.

Os ensaios clínicos são estudos controlados, comparando drogas ou uma droga nova com placebo, e que costumam ter regras muito restritivas sobre quem pode ou não entrar. Pacientes com problemas clínicos, por exemplo, são normalmente excluídos.

No estudo em questão, os autores investigaram quantos pacientes do estudo STAR*D passariam nos critérios muito mais restritos que são usados nos estudos clínicos habituais que supostamente testam a efetividade dos antidepressivos. O STAR*D (sigla em inglês para Alternativas de Tratamento Sequenciado Alternativas para Aliviar a Depressão) foi o maior estudo com pacientes de depressão feito 'no mundo real', com um cenário mais parecido com o que pacientes e psiquiatras vão encontrar fora da Academia.

Qual foi a descoberta? Dizem os autores: "Coletivamente, os critérios típicos de inclusão e exclusão utilizados em ensaios controlados de antidepressivos teria eliminado, pelo menos, 82% da população STAR*D". Isso mesmo, aproximadamente só um quinto dos pacientes do 'mundo real' entram em ensaios clínicos de antidepressivos.

É preciso então tomar um certo cuidado quando se usa a expressão 'psiquiatria baseada em evidências'. Nada contra o uso de evidências: elas estão entre as formas mais cuidadosas de se lidar com o fenômeno do sofrimento mental. Mas, claro, precisamos parar e refletir sobre qual é essa evidência e se realmente ela vale tanto quanto pesa, e fazer com que os estudos estejam a serviço da clínica e não o contrário.

Sobre o assunto, você pode ler mais (em inglês), nas matérias da PsychCentral (http://goo.gl/HpwWJz) e da Science Daily (http://goo.gl/LlXSyZ). O artigo original está aqui: http://goo.gl/J67Rfg



Luís Fernando Tófoli - Psiquiatra. Professor-doutor do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Brasil.


Querendo, leia também:



Medicalização de Crianças - Mercosul -  Ata da Plenária da Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos - RAADH


Rubens Bias, na Reunião da Comissão Permanente Iniciativa NiñaSur, no âmbito da Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos e Chancelarias do MERCOSUL -  Bias é Analista Técnico de Políticas Sociais,  Representante no Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA, Coordenação Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno - CGSCAM -  Ministério da Saúde

   Art. 1º - Que a Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos e a Reunião de Ministros da Saúde promovam a articulação necessária para o estabelecimento de diretrizes comuns para prevenir a excessiva medicalização de crianças e adolescentes.
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/07/medicalizacao-de-criancas-mercosul-ata.html




E também:

Precisamos discutir os diagnósticos de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH
Em 6 de julho de 2015, a reunião de altas autoridades em direitos humanos do MERCOSUL recomendou que os Ministros da Saúde dos países participantes estabeleçam diretrizes comuns para prevenir a excessiva medicalização de crianças e adolescentes e que construam protocolos nacionais a respeito do tema.



Questões coletivas são tomadas como individuais; problemas sociais e políticos são tornados biológicos. Nesse processo, que gera sofrimento psíquico, a pessoa e sua família são responsabilizadas pelos problemas, enquanto governos, autoridades e profissionais são eximidos de suas responsabilidades


Por Luís Fernando Tófoli - Psiquiatra
publicado neste blog em 17.julho.2015
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/07/precisamos-discutir-os-diagnosticos-de.html




 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

blogs:
www.tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br


LIVRO TDAH CRIANÇAS QUE DESAFIAM
Informações, esclarecimentos, denúncias, relatos e dicas práticas de como lidar 
Déficit de Atenção e Hiperatividade


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