sábado, 2 de maio de 2015

TDAH - Não medicar na infância vai induzir para a drogadição na adolescência??






Por Marise Jalowitzki
02.maio.2015
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/05/tdah-nao-medicar-na-infancia-vai.html

Muitos pais são assustados de que, caso não administrarem a medicação tarja preta receitada (receita estendida, na maioria das vezes, sem maiores acompanhamentos e diagnósticos), a criança vai ficar dependente de drogas ilícitas na adolescência! Quando é o contrário! 

Este argumento - de ter de administrar psicotrópicos na infância -, sordidamente utilizado até por instituições tidas como sérias, não procede! O inverso é o que consta das estatísticas! A criança que recebe a "pílula mágica" como uma forma de se sentir inserida e 'adequada' ao meio em que está, é que corre o risco de, na adolescência, procurar pelas drogas, como suporte de vida. Ela foi arranhada em sua autoconfiança, ela cresceu 'sabendo e acreditando' que é um 'erro' e que, portanto, sendo um erro, precisa ser corrigida!! 

Muitos de nós já conhece crianças pequenas (7-8 anos) que pedem aos pais o 'remédio' para poderem se sentir mais centradas!

Esta criança, que já internalizou que é ineficiente, que acredita que 'só funciona bem com pílulas', tem chances enormes se tornar dependente de drogas (lícitas ou ilícitas) e, sempre que uma droga não fizer mais o efeito desejado (e isto sempre acontece!), irá procurar por outras mais potentes! Ciclo recorrente!

Várias são as pesquisas e estudos neste sentido. Uma delas ocorreu no Centro de Estudos de Ciência e Genética da Universidade de Utah-USA, onde jovens dependentes, vários deles com diversas passagens pela polícia, declararam haver ingerido metilfenidato (ritalina, concerta e outros), por receita médica, nos primeiros anos escolares. E 30 a 50% deles, em tratamento por dependência qímica, declararam procurar ainda pelo metilfenidato (mercado ilícito, que vende sem receita), por ter o efeito similar ao da cocaína.


Uma mãe coloca:
"Sou médica, trabalhei por 16 anos em Apae no interior de São Paulo, antes da inclusão.
Além disso tenho um filho (adotivo) que foi gerado com drogas. Meu interesse no assunto é pessoal e profissional. Podemos trocar experiências.
Acredito que se morasse em cidade grande, em apartamento, meu filho seria um candidato a medicamentos. Aqui é bem pequeno e ele gasta sua energia extra com bicicleta e bola, o que ajuda muito.
Não me considero perfeita, como todos, passamos por desafios. Atualmente ele está em uma escola pública, a única da cidade. A professora disse que ele cansa de copiar da lousa, gosta de fazer tudo depressa. Quando ele acaba ela dá um livro, pois percebeu que ele gosta de ler. Ele tem 9 anos e meio. Conheço crianças muito mais agitadas que ele. Acho que estamos vencendo os desafios.
Uma amiga neurologista me disse que se medicasse ele agora, na adolescência ele iria pras drogas."




Também Campo Largo (Alemanha), Mônica Williams (EUA) declaram que, tendo ambiente propício, tais sintomas-características tidos como TDAH simplesmente deixam de existir!

O próprio Leon Eisenberg, considerado o "pai do TDAH" disse isso.
"Ao invés de pensar apenas em receitar metilfenidato, o psiquiatra infantil deve determinar mais detalhadamente as razões psicossociais que podem levar a criança a problemas de comportamento!" (Pág 50 - Capítulo 3 - TDAH, A Doença da Moda - Livro TDAH Crianças que Desafiam)

Uma criança tratada com Amor e Limites, Carinho e Respeito vai crescer com Autoconfiança e Autoestima, pilares de uma vida equilibrada.
Alguns pais medicam "por medo", ouvindo de alguns especialistas que a criança, tendo características diferentes, se não medicada, "vai se drogar" na adolescência. Isto é uma falácia e tem assustado a muitas mães. Quando é o contrário!

Muitos experts nacionais e internacionais são unânimes em afirmar que medicar com psicotrópicos uma criança é que induz este pequeno corpo em desenvolvimento à drogadição na adolescência e não o inverso. Este é um parecer de muitos médicos compromissados, e eu compartilho desse parecer! As "paredes" cerebrais de uma criança são muito tênues e os químicos perpassam essas camadas sem nenhum filtro, causando resultados imprevisiveis e nada positivos!

Depois que uma droga psicoativa foi ingerida - e quanto mais tempo de uso, maior a influência no organismo - o cérebro se ajusta a este novo padrão e, a partir daí, sempre que receber uma nova droga, a resposta será potencializada. Esta afirmação é do Dr. Drauzio Varella, em uma entrevista: "Qualquer droga psicoativa pode moldar o cérebro para respostas exacerbadas a outras drogas".



Para muitos neurologistas e psiquiatras, apenas depois do cérebro já estar formado (o que ocorre entre os 20 e 30 anos) é que, em sendo necessário, uma pessoa deveria usar psicotrópicos. Ali, com o cérebro em sua formação plena, podem ser avaliados os efeitos reais de psicotrópicos - possíveis benefícios e-ou danos. Antes é contar com a imprevisibilidade.






- pág 100 e 101 - capítulo 6 - DSM 5 e a necessária participação social - Livro TDAH Crianças que Desafiam:
"Em seu livro A Fraude TDAH, o autor Fred A. Baughman Jr, MD, descreve como a psiquiatria cria os diagnósticos para enquadrar crianças e jovens e considera o fato como "a maior fraude dos cuidados de saúde na história dos EUA." Baughman é neurologista para adultos e crianças, certificado pela Câmara Americana de Psiquiatria e Neurologia e membro da Academia de Neurologia. O neurologista denunciou e apresentou o resultado de suas pesquisas, relatos e experiências perante o Congresso dos EUA e União Europeia, e inúmeros outros órgãos governamentais e internacionais, alertando sobre a necessidade de rever os diagnósticos e interromper esta corrida desabalada."





 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

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