Por Marise Jalowitzki
14.maio.2015
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/05/nosso-cerebro-esta-encolhendo-poder.html
Já olharam esta imagem mais de longe? Não parece um corpo humano (adulto ou bebê) enrodilhado sobre si mesmo? a "cabeça" encostando nos "joelhos" e, abaixo, os "pezinhos"?
Pode significar: atenção a si mesmo, olhar egóico, medo como balizador, necessidade de proteção.
Pode significar, também: zelo, reflexão, avaliação sobre as reais consequências das ações, refletir antes de agir, para não ferir o todo.
Sim, nosso cérebro está diminuindo de tamanho. Segundo pesquisa do antropólogo americano John Hawks, o cérebro humano, nos últimos 20.000 anos, diminuiu o equivalente a uma bola de tênis, segundo estudo publicado na revista Discover.
Depois de dois milhões de anos crescendo ininterruptamente, o órgão perdeu aproximadamente as dimensões de uma bola de tênis: passou de 1.500 centímetros cúbicos a 1.350 centímetros cúbicos. De acordo com o antropólogo Hawks, da Universidade de Wisconsin, o encolhimento do cérebro está acontecendo no mundo todo, em todos sexos e etnias. Ele diz: "Cérebros grandes consomem energia demais e levam mais tempo para se desenvolver." (RevistaAtitude)
A pergunta que deixo nesta 5ª feira é: Quais as mudanças nos relacionamentos da espécie humana, entre si e com as demais espécies, que podem ter ligação direta com este "encolhimento"? quais os hábitos que mudaram? quais os critérios de convivência (ou de convivência rude) que foram sendo desenvolvidos neste período?
Interessante para refletir, não? Pois, olhando para a breve sinopse de nossa "evolução", transcrita a seguir, foi exatamente quando a espécie humana "se fechou" sobre si mesma, olhando apenas para seu umbigo, querendo cada vez mais para si, independente de quantos outros ficassem pelo caminho é que o cérebro começa a diminuir de tamanho...
- há dois milhões de anos, o Homo Habilis já criava seus instrumentos. Foi ele que deu origem ao Homo erectus , que acabou indo além das fronteiras da África. Estrutura social complexa, vida em sociedade e o uso do fogo - e o cérebro foi crescendo.
- há 250 mil anos, o Homo Sapiens ( poder-se-á dizer que é a origem da nossa espécie ) surgiu como resultado da adaptações de Homo Erectus ao meio em que eles viviam. (Wikipedia)
- há 80 mil anos o Homo Sapiens, começou a se espalhar pela África e o resto do planeta. O número de exemplares ficou cada vez maior, extinguindo todas as outras espécies que se lhes opõem. Tornou-se o " animal " dominante do planeta.
- há 30 mil anos, por ocasião da era glacial, a espécie aglomerou-se em cavernas para poder sobreviver, iniciando uma filosofia de sedentarização, abrigo, casa, lugar mais ou menos fixo e alimentação restrita (especialmente grãos - trigo - e carne).
- há 10 mil anos iniciou-se a agricultura e a domesticar animais para trabalho e consumo. “Se você estudar as populações humanas no velho mundo até 10 mil anos atrás, todas tinham cara de africanos”, diz Walter Neves.
Dez mil anos. Um piscar de olhos na história da evolução humana. Éramos todos iguais. Foi o ambiente onde os humanos se estabeleceram que mudou traços, cores. Criou a diversidade humana. (Fantástico)
O QUE PODE MUDAR?
Em um post sobre antimedicalização da sociedade, em um grupo, um facenauta colocou: "Isto não se trata de falta de Amor e Compaixão, tratamos aqui de ter de derrubar este poder das mega corporações, farmacêuticas, que são as mesmas que produzem venenos!"
Infelizmente, ele está bem equivocado na primeira afirmação, pois só quando a mente se alargar e deixar entrar o sentimento INCLUSIVO, permeado em ações práticas, é que poderemos ressignificar o que é poder!
Poder é bom e possibilita transformações enormes, que só serão benéficas quando se considerar o entorno, as consequências. E isso exige Amor por tudo o que gravita ao nosso redor, Compreensão de que todos temos um espaço e direito de viver (e conviver) dignamente e Com-paixão para estender as mãos e proporcionar bem estar também aos outros!!
E, como parar o mercantilismo exacerbado? O lucro incessante a qualquer preço?
- Olhando e tratando nossos filhos, nossos próximos e a humanidade e todas as espécies, de todos os reinos, como merecedores de uma vida digna.
- Como consumidores, podemos fazer a diferença, dizendo "Não!" a tudo por o que hoje compramos (e pagamos) para nos envenenar, adotando outras terapias, outros tratamentos, outros alimentos. Isto derruba o poder instituído, tão atrelado a dinheiro, a posses e lucros desmedidos (que não mede as consequências).
Será isto que Gandhi efetivamente quis dizer quando colocou a máxima tão repetida: "Seja a Mudança que você quer no mundo"? Parece que sim, pois é a partir dali que poderemos romper esta "tradição" de luta-fuga que nos caracteriza. E trocar a filosofia de que "a melhor defesa é o ataque" pela prática da não-violência.
Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com
blogs:
Nenhum comentário:
Postar um comentário