Reafirmo que a negociação - sem culpas, sem ataques, sem condenações, sem julgamentos - é o caminho para que a situação em sala possa melhorar. Não serão novas leis ou diretrizes. |
Por Marise Jalowitzki
23.outubro.2014
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2014/10/tdah-papeis-em-pauta-professor.html
Agora à tarde estive em contato com representante educacional e o comentário foi do quão difícil está a tarefa de conduzir as atividades em sala de aula. Além de todas as questões históricas de pouca infra, principalmente no serviço público, relatou a orientadora o desafio que está sendo a viabilização da inclusão.
Conversamos bastante sobre esta delicada questão:
Atendimento inclusivo
- de um lado, turmas abarrotadas, com 20, 30 ou mais alunos. Como um único ser humano vai dar conta de cada um dos universos, incluindo os diferentes, que carecem de atendimento especializado?
- de outro, mesmo quando alguns pais se dispõem a estar juntos, assistindo as aulas e acompanhando os filhos que carecem de atendimento especial, ou quando pais disponibilizam babá ou mesmo a psicóloga para servir de monitora (professor-adjunto, voluntário, o nome que for), há escolas que não permitem! A direção não autoriza!
- E mais, como falar em atendimento inclusivo simplesmente por decreto? Quais as capacitações (de verdade!) que os educadores estão recebendo? Qual a qualidade destas orientações? Qual o acompanhamento posterior, no sentido de dirimir dúvidas, avaliar eficácia, reorientar e sinalizar novas alternativas? Não acontece!
Medicalização
Quem para pra refletir e considerar o dilema que muitos educadores enfrentam, diariamente quando, conscientizados de que aquele tarja preta é forte demais, simplesmente não indicado para a idade da criança, e os pais estão convencidos de que a criança "precisa"?
Como lidar com um zumbizinho dentro de sala, quando são os pais que expressam esta vontade?
E, se os professores conversam com os pais, estes se indisponibilizam com os professores?
E assim é. Cada lado (professor, pais) apresenta situações muito, muito desconfortáveis. Eu, sinceramente, não vejo outra solução a não ser a ampliação dos contatos, dos encontros, do diálogo franco, da informação continuada e aberta e da análise e trato das situações, uma a uma, caso a caso.
Reafirmo que a negociação - sem culpas, sem ataques, sem condenações, sem julgamentos - é o caminho para que a situação em sala possa melhorar. Não serão novas leis ou diretrizes.
Com o artigo 15 da LDB a direção de uma escola pode mudar suas metodologias de ensino, o MEC só determina o conteúdo programático, mas, a forma de repasse, essa pode ser inovada. Um projeto precisa ser implementado a várias mãos (pais, educadores, orientadores educacionais, terapeutas de boa vontade que queiram participar e opinar.
De minha parte, o que reforço é: Persistam! A mudança, quando é boa, sempre envolve trabalho. E, nesta ação, todos ganham: pais, professores, sociedade. E, principalmente, as crianças envolvidas! Elas são o centro. A razão. O motivo. É por elas!
Bem, e de meu encontro de hoje à tarde, uma palestra ficou agendada.
Que cada um possa fazer a sua pequena parte!
Abraços!
Marise Jalowitzki
PELA PERTINÊNCIA, incluo este importante diálogo:
Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com
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