quinta-feira, 14 de julho de 2016

TDAH, Bipolar, Agressividade e Depressão - o Coquetel de Psicotrópicos em Crianças - Uso off-label


Dr.Peter C. Gotzsche - Universidade de Copenhagen - Denmark - 
quando perguntado em uma de suas palestras sobre o que fazer para suspender os psicotrópicos. Ele disse:
"Eu nunca usaria nenhum deles em mim! Não teria coragem! Deve-se usar o mínimo possível. A caminhada é longa e os médicos precisam esclarecer os pacientes disso. É como a tentativa de parar de tomar drogas ilícitas!" 



Por Marise Jalowitzki
14.julho.2016
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2016/07/tdah-bipolar-agressividade-e-depressao.html

Sempre fico impactada quando recebo um relato de supermedicação em crianças. É MUITO medicamento pesado para um corpinho assim novinho!!! Considero um crime, uma agressão fazer tantos experimentos, sem nem avisar a mãe de todos os riscos que um pequeno corpo em formação corre ao ingerir este coquetel. 

Continuo pleiteando muito para que tenhamos um orgão, no Brasil. onde, a exemplo dos EUA, os cidadãos (pacientes ou seus familiares) possam se queixar (e processar) especialistas e-ou laboratórios, sempre que se sentirem lesados, ainda que "apenas" por falta de informação fidedigna. 

TDAH é uma situação tão complexa que, para quem quer efetivamente fazer diferente, imprescindível a leitura. Tem de entender para saber o que fazer. Tem de entender SEU FILHO, conhecê-lo, dispor-se a ouvir, a sentir, para indicar alguns caminhos.

Sim, bem difícil neste nosso mundão que nos ensinou a apenas "pegar-nas-prateleiras-e-consumir", a "chegar-no-balcão-da-farmácia-pedir-pagar-levar-e-ingerir"... não, não é fácil alterar este estado de coisas. Só para quem efetivamente quer, para quem efetivamente se interessa, para quem efetivamente AMA o Amor Incondicional!!!

Surpreendo-me sempre de novo e de novo com os casos de supermedicação, onde mães parecem meio sonambúlicas, sem nem se dar conta do que estão fazendo com seus pequenos. A mãe parece não se dar conta do que está fazendo com a cabecinha em formação, cérebro em desenvolvimento, de um pimpolho que ela ama tanto!

Agressividade todos temos, uns mais, outros menos. Até os 3 anos a crianças costuma expressar sua contrariedade com mordidas, puxões de cabelo, empurrões e tapas. Jogar coisas ou mesmo se morder ou bater sua cabeça. Cabe ao adulto não se desequilibrar com isto, entender esta fase, explicar com firmeza e tranquilidade e oferecer um ambiente de respeito, sereno e acolhedor. A criança vai entendendo que a vida não precisa ser levada como um campo de conflito, até porque não vivencia este cenário, portanto, não é exigida em situações tensas. 


O caso ora em pauta começou cedo e com situações domésticas de agressividade. Em contato com médico, durante quatro anos de tratamento com neuropediatra, a criança tomou
risperidona e concerta 18mg para "tratar tdah". Depois de um tempo a médica retirou risperidona e a criança, além do concerta, passou a tomar também carbamazepina (PROIBIDO para crianças e jovens com menos de 18 anos e não aprovado para tratar déficit de atenção...uso off-label, isto éfora das indicações para o que foi aprovado - sertralina e depakote, pois passou a receber diagnóstico (além de tdah) também de bipolar (pura consequencia dos efeitos colaterais dos psicotrópicos em tratamento longo). Com todo este coquetel químico, a criança começou a ter surtos e a neuro lavou as mãos: "O problema não é mais comigo, não é problema neurológico, o problema de seu filho é psiquiátrico!" ... só descobriu isso após 4 anos de administração de psicofármacos? COMO a neurologista foi capaz de tratar por um longo período, com tantos psicofármacos e, agora, que a criança já está nas chamadas "comorbidades"  (que nada mais são que os efeitos colaterais dos psicotrópicos e as interações entre eles), ela simplesmente se retira e encaminha ao psiquiatra (que vai continuar os experimentos)???. 

Na primeira ida ao psiquiatra, este receitou quitiapina, aumentando gradativamente a dose para até 200mg. Nenhum efeito "benéfico" no quadro, o psiquiatra então receitou lítio ou invega, que tem o mesmo princípio ativo da risperidona!!! ou seja... até onde vai isso??


Felizmente, a mãe despertou em sua surda confiança em apenas acatar o que dizem e recomendam os médicos e resolveu procurar as outras medicinas. Agora está tentando florais e homeopatia. Não será um caminho fácil a ser percorrido pois, juntando a todo o coquetel medicamentoso em um corpinho em desenvolvimento, a criança está chegando à puberdade, onde tudo é "remexido" e potencializado.


Não foi fácil colocar tudo isto para a mãe, que pede florais para "substituir" os psicofármacos. Não será assim! Nunca é! Florais são para quem nunca tomou psicotrópicos ou, em fazendo uso de psicotrópicos, precisa ser um uso conjunto, diminuindo gradativamente os psicofármacos. Com monitoramento médico.


Triste situação!

Lembro do Dr.Peter C. Gotzsche - Universidade de Copenhagen - Denmark - 
quando perguntado em uma de suas palestras sobre o que fazer para suspender os psicotrópicos. Ele disse:
"Eu nunca usaria nenhum deles em mim! Não teria coragem! Deve-se usar o mínimo possível. A caminhada é longa e os médicos precisam esclarecer os pacientes disso. É como a tentativa de parar de tomar drogas ilícitas!" (leia AQUI)



Enquanto isso, a criança tem crises de choro ao arremessar coisas - diz a mãe - e pede para a mãe ajudá-la a não ser assim agressiva!!

Quando este cenário vai mudar para melhor??? Depende de cada pai, de cada mãe, de termos mais e mais especialistas criteriosos, de termos professores e orientadores pedagógicos mais compreensivos e menos ortodoxos...

Que as mães e pais tenham Força e Perseverança para continuar abrindo caminho em meio a tanta medicalização e continuem promovendo um mundo cada vez mais saudável para seus filhotes!!!



Sobre metilfenidato (ritalina, concerta, aderall e outros), também venvanse:

O menino Matthew Smith foi apenas 1 entre as 186 crianças que morreram pelo uso de tarja preta, apontados em um levantamento feito nos EUA (1990-2000). No Brasil não temos este tipo de estatísticas, embora sejamos o 2º maior consumidor do mundo de metilfenidato (Ritalina, Ritalina LA e Concerta), informação divulgada pela ANVISA (que não inclui todo o mercado clandestino). Leia mais AQUI

Protocolo de Autópsia - Morte do Menino Matthew devido ao uso prolongado de Ritalina


" O que é importante notar aqui é que Matthew não tinha qualquer condição cardíaca pré-existente ou defeito." (Heather Smith - Pai de Matthew)



POSIÇÃO DO SUS sobre carbamazepina - oxcarbamazepina - Uso off-label (fora das indicações para o que foi aprovado):

"A Oxcarbamazepina é um derivado natural da Carbamazepina, sendo consenso que este fármaco apresenta o mesmo mecanismo de ação da Carbamazepina (inibição dos canais de sódio e dos canais de cálcio) e é usado nas mesmas condições clínicas, não existindo diferenças consistentes entre ambas. Evidências científicas não sugerem superioridade de uma em relação à outra. A carbamazepina esta listada na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais(Rename)."

"A oxcarbamazepina é um anticonvulsivante, indicado no controle de diversas crises epiléticas e com indicação secundária no tratamento de transtorno afetivo bipolar e dor neuropática. Não existe nenhuma comprovação científica referente à indicação de oxcarbamazepina no tratamento de déficit de atenção com hiperatividade e seu uso com esta finalidade não é aprovado pela ANVISA e nem pela FDA (Food and Drug Administration – US)." (Tribunal de Justiça de Minas Gerais - 2013)
(Convém ressaltar que o uso fora das indicações de bula, isto é, uso terapêutico não autorizado, significa que a ANVISA não reconhece como uso seguro e/ou eficaz.) Querendo, leia mais aqui:  

TDAH - Oxcarbazepina NÃO É LIBERADA no Brasil para tratamento de déficit de atenção



Defenda-se! Denuncie!

Direitos do Cidadão - Amparo Judicial frente a Erros Médicos, Tratamentos e-ou Efeitos Colaterais de Medicamentos - Balança da Justiça - TDAH e outros transtornos - Você pode e deve Procurar seus Direitos como Cidadão e Consumidor 
http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/2015/10/direitos-do-cidadao-amparo-judicial.html


















"Por que alguém com transtorno de ansiedade ou com TOC, sem relação alguma com depressão, após medicado por mais de 6 semanas, e, interrompendo o tratamento, tem os mesmos sinais de abstinencia que uma pessoa depressiva?"
(
 Peter C. Gotzsche, MD Diretor do Nordic Cochrane Center - Professor e Coordenador de Projetos de Pesquisa da Universidade de Copenhagen - Denmark -autor de "Deadly Medicine and Organised" - Medicina Mortal e Organizada)






 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

blogs:
www.compromissoconsciente.blogspot.com.br


LIVRO TDAH CRIANÇAS QUE DESAFIAM
Informações, esclarecimentos, denúncias, relatos e dicas práticas de como lidar 
Déficit de Atenção e Hiperatividade


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