Por Marise Jalowitzki
03.janeiro.2013
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2013/01/educacao-ambiental-precisa-de-concursos.html
É sabido que as pessoas são movidas por incentivos, reconhecimentos e premiações. De nada adianta os ferozes inimigos de Skinner (*) afirmar o contrário. O ser humano, sim, é mesquinho e de espírito encolhido.
As mudanças acontecem por verem lucros (ou prejuízos) em suas atividades. É assim fluentemente nas empresas:
- só quando algum comprador importante deixa de adquirir os produtos por não ter esse ou aquele selo da moda;
- só quando os órgãos internacionais passaram a cobrar as normas (ISO, por exemplo);
- só quando foi instaurada a lei de contratação de pessoas especiais; só quando aconteceram as leis de cotas nas universidades...
- só quando... poderia ficar enfileirando aqui dezenas e dezenas de situações em que a mudança aconteceu por força da legislação, por força da presumível queda nos lucros e não por CONSCIÊNCIA (embora assim sonhem alguns idealistas).
Foi - e é - "só quando" sentiram-sentem a diferença no bolso é que mudam!!! Porque seria diferente com os indivíduos? Organizações são agrupamentos de indivíduos!!!
Lixo tóxico - Igarapé Macacuera (Pará - Amazônia) - lixo de curtume empesta as águas |
Tudo isso para dizer, incentivar, conclamar: GOVERNOS, iniciem campanhas REAIS E EFETIVAS, BASTANTE DIVULGADAS, com real vontade de concretizar os objetivos propostos. Ofereçam prêmios para a rua mais limpa, a quadra mais limpa, a praça mais limpa, o bairro mais limpo, a praia mais limpa! E, pomposa e abertamente, exibam, divulguem e distribuam o prêmio! Aí, sim, teremos uma população engajada e consciente!!! Senão, serão apenas algumas centenas de xingamentos via facebook, algumas ongs que recebem um curto minuto de glória em algum canal, algum Ibope para alguma tragédia ambiental maior, mas, a luta continuará sempre inglória! Os descartes indevidos continuarão. Os lixões clandestinos continuarão. A sujeira continuará se multiplicando!
Os governos não atacam o problema de frente. A população é desleixada, porquice pura!
Qual o interesse dos órgãos públicos para que haja menos lixo, menos poluição, mais limpeza?
Ainda não sei dizer!
Muito lindo este casal paulista agora que irá percorrer o mundo de barco (partindo de Miami) para pesquisar origem dos resíduos plásticos, tipos, estado e avarias. Legal! Importante e necessário. Agora, volto à pergunta:
QUAL A AÇÃO EFETIVA PARA DIMINUIR O DESCARTE IMPRÓPRIO?
QUAIS AS AÇÕES PARA RETIRAR todo o lixo que já se acumulou, por exemplo, nas enseadas do Hawai? Em Cingapura? Nas Filipinas? Em toda a nossa costa Atlântica?
OU TUDO NÃO PASSA APENAS DE UMA GRANDE PROPAGANDA para, ao final, culpar TODOS os cidadãos planetários (no que tem razão) dos erros cometidos? Todos somos responsáveis, sim, MAS CABE ÀS AUTORIDADES encetar programas de educação, reeducação, acompanhamento, monitoramento, cobrança, punição aos infratores e premiação aos conscientes!
Alguns se preocupando com descarte correto de pilhas, outros, jogando aparelhos inteiros para desmanche |
O QUE NÃO PODEMOS É ACHAR QUE SUJEIRA FAZ PARTE DE NOSSO COTIDIANO como se coisa "normal" fosse! Não é!
(*) Burrhus Frederic Skinner, psicólogo e autor americano. Conduziu trabalhos pioneiros em psicologia experimental. Defendia a premiação como forma de mudança de comportamento.
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Por Marise Jalowitzki
09.maio.2013http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2013/05/terreno-usado-como-lixao-no-passo.html
Conteúdo mencionado no presente artigo:
Casal dá volta ao mundo recolhendo resíduos plásticos
por Redação do CicloVivo
Um casal de paulistas está prestes a iniciar uma viagem prevista para durar dois anos. Além da aventura, o passeio tem o objetivo nobre de reduzir a quantidade alarmante de resíduos plásticos espalhados pelo mundo.
Marcela Rocha e Danilo Mesquita são formados em jornalismo e desde que começaram a participar de aulas de mergulho suas vidas mudaram. Eles começaram a velejar e, posteriormente, compraram um barco. O desejo de rodar o mundo uniu-se à vontade de ajudar nas questões ambientais. “Como a questão do plástico nos preocupava, pensamos em unir o útil ao agradável. Procuramos a USP para dizer que íamos fazer a circum-navegação e queríamos contribuir com estudos na área”, disse Marcela, ao Estadão.
Parte do material recolhido será enviado ainda durante a viagem para que o Instituto Oceanográfico da USP possa fazer a análise. Assim, os pesquisadores estudarão a concentração de poluentes em diversas partes do oceano. Além disso, a coleta ajudará a descobrir a quantidade e a dispersão de materiais plásticos pelos mares do planeta.
Os pesquisadores da USP, que têm sede em Ubatuba, já desenvolviam um trabalho semelhante com plásticos coletados na costa brasileira quando foram procurados pelo casal.
Juntos, eles têm planejado a viagem há um ano e, durante esse tempo, também estão buscando o apoio de empresas. Por enquanto, já conseguiram o patrocínio parcial da empresa de telefonia Oi. A previsão é de que tudo possa custar quase meio milhão de reais, porém isso depende de diversos acasos que não podem prever.
Para economizar haverá pouco gasto com diesel, uma vez que farão uso de velas. O barco também terá geração de energia solar e eólica. A viagem partirá de Miami e isso também ocorrerá por questões de logística, pois os custos de manutenção e reforma de barcos é bem menor nos Estados Unidos.
Na primeira parte da viagem, o biólogo Gabriel Monteiro irá acompanhá-los e trará para o Brasil a primeira parte do material coletado.
De acordo com ele, a amostragem precisa seguir um protocolo rigoroso para que o material não seja contaminado. “Um simples toque de mão pode contaminar a amostra. Todo o manuseio será por meio de pinças e outros instrumentos previamente descontaminados”, explicou ao Estadão.
Para realizar essa aventura o casal teve que vender tudo o que tinha. Prevista para acabar em 2015, a viagem terminará com um reencontro com pesquisadores da USP, que têm um instituto em Ubatuba. Com informações do Estadão.
* Publicado originalmente no site CicloVivo
Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Mãe, avó. Cidadã. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com
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