COMPROMISSO CONSCIENTE

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Sobre a validade das publicações científicas - Declaração de Berlim






Sobre a validade das publicações científicas - Declaração de Berlim

Offline: A new Berlin Declaration for STM publishing

Richard HortonPress enter key to Email the author

Published: 28 January 2017

A nossa indústria está em boa forma? A indústria está a publicar e a questão foi colocada na conferência Academic Publishing in Europe, realizada na semana passada na magnífica Academia de Ciências e Humanidades de Brandemburgo, magnífica e cheia de balas. Duas vistas impressionantemente opostas foram apresentadas. 
(...)
Ralf Schimmer, vice-chefe da Biblioteca Digital Max Planck, viu nada menos do que um fim. Ele explicou a missão do Open Access 2020, uma iniciativa que busca matar a publicação de assinaturas nos próximos 4 anos e substituí-la completamente por um modelo de acesso aberto. Ele diagnosticou publicação científica como tendo os "sintomas de um sistema de deterioração". Ele pretendia expor a "nudez do sistema de subscrição", cujos "dias estão visivelmente superados". Tradicionais editores, com poucas exceções, declararam-se confiantes em suas auto-avaliações sobre a robustez do seu futuro. Os defensores do acesso aberto estavam igualmente convencidos de que iriam prevalecer sobre um modelo de assinatura que eles odeiam tão amargamente. Saí de Berlim pensando em uma praga em suas casas.
(...)
...as suposições que compartilhamos hoje na publicação científica - onde pretendemos atender às necessidades dos leitores, acrescentar valor e promover o bem-estar humano - estão se tornando cada vez menos verdadeiras. Como o encontro de Berlim mostrou muito claramente, quando confrontados com crises globais generalizadas, nossa resposta é introspecção, incerteza, ansiedade, dúvida e desunião.
Conversamos sobre questões para tentar assegurar nossa importância: nossa reputação coletivamente pobre, melhorando a revisão pelos pares, a discriminação de gênero.
Mas não falamos sobre como poderíamos enfrentar epidemias emergentes, mudanças climáticas, conflitos e guerras.
A publicação acadêmica perdeu contato com as preocupações da própria sociedade que deveria servir. Tornou-se tão envolvida em suas próprias preocupações técnicas e lutas internas, que as dificuldades globais que os editores devem abordar foram esquecidas ou ignoradas.
Existem alguns valores que os editores acadêmicos deveriam estar lutando em voz alta e em público. Os fatos ainda importam. As liberdades precisam ser defendidas. Equidade e igualdade são metas sociais importantes. Existe uma coisa como a justiça social. 
O progresso só será alcançado através da cooperação, não do isolamento ou do unilateralismo. Em 2003, foi publicada a Declaração de Berlim sobre Acesso Livre ao Conhecimento nas Ciências e Humanidades. Foi um marco auto-declarado no movimento de acesso aberto. 2017 exige uma outra Declaração de Berlim, uma dirigida às crises que enfrentamos hoje. A Declaração eu ofereço é apenas uma proposta, mas eu espero que você possa considerar inscrever-se nela.
Diz, por exemplo: "Nós, abaixo assinados, estamos preocupados com o fato de que as potenciais contribuições feitas pela publicação acadêmica com vistas à prosperidade e progresso humanos, bem como para a proteção dos ricos - mas vulneráveis - recursos ecológicos e culturais de nosso planeta, não tenham alcançado seus objetivos. De acordo com o espírito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, lançado em 1º de janeiro de 2016 e com data prevista para conclusão em 31 de dezembro de 2030, desejamos nos empenhar em usar os recursos editoriais disponíveis para acelerar o progresso no cumprimento desses objetivos acordados internacionalmente ". Editores acadêmicos: façamos algo importante. Juntos.
Ler na ínegra:http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(17)30183-6/fulltext?elsca1=etoc
DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(17)30183-6
Link neste Blog: http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2017/01/sobre-validade-das-publicacoes.html


Em 11.fevereiro.2017
Somente leitores atentos podem assimilar o que significa uma PUBLICAÇÃO (e apenas isso, uma publicação) divulgando o resultado de uma pesquisa. Não há conclusões, apenas hipóteses, interpretadas de um jeito por alguns cientistas e refutadas por tantos outros.

Claro que um título tendencioso, em um país onde a maior parte da população não se interessa em ler, vai levar o leitor desatento a interpretar o que quer.

Aqui temos um desses casos.Trata-se de uma pesquisa de 2010, recentemente republicada pela associação brasileira, entidade patrocinada pelos laboratórios farmacêuticos fabricantes de Ritalina, Concerta e Venvanse:


BBC
01/10/2010 06h32 - Atualizado em 01/10/2010 10h58

Estudo vincula déficit de atenção e hiperatividade a mutação genética

TDAH não é causado por inabilidade dos pais em educar, dizem cientistas.
Pesquisa publicada na revista 'The Lancet' analisou 366 crianças.

BBC
FACEBOOK
Cientistas britânicos dizem ter encontrado, pela primeira vez, evidências da existência de uma raiz genética para a condição conhecida como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Outros especialistas questionaram veementemente as conclusões da equipe da Cardiff University
A equipe, da Cardiff University, no País de Gales, Grã-Bretanha, afirma em um artigo na revista científica "The Lancet" que a condição, que afeta crianças em todo o mundo, resulta de um problema no cérebro - como o autismo, por exemplo - e não de uma inabilidade dos pais em educar seus filhos.
O estudo envolveu análises de partes do DNA de 366 crianças diagnosticadas com a condição.
Outros especialistas, no entanto, questionaram veementemente as declarações da equipe, argumentando que apenas um pequeno grupo das crianças com TDAH estudadas apresentou as alterações no DNA e que, na maioria dos casos, a condição seria resultante de uma combinação entre causas genéticas e fatores externos.
Na Grã-Bretanha, estima-se que 2% das crianças sofram do problema.
Elas tendem a ser agitadas e impulsivas e podem ter tendências destrutivas, além de apresentar problemas sérios na escola e na vida familiar.
Estudo
Os pesquisadores compararam amostras do DNA de crianças com TDAH com o DNA de 1.047 pessoas que não sofriam da condição.
Eles constataram que 15% das crianças com o distúrbio tinham alterações grandes e raras no seu DNA, em comparação com apenas 7% no outro grupo.
Uma das integrantes da equipe da Cardiff University, Anita Thapar, disse: "Descobrimos que, em comparação com o grupo de controle, as crianças com TDAH têm muito maior incidência de pedaços de DNA duplicados ou faltando".
"Isso é muito empolgante porque nos dá o primeiro vínculo genético direto com TDAH".
"Analisamos vários fatores potenciais de risco no ambiente - como a contribuição dos pais ou o que acontece antes do nascimento - mas não há evidências que confirmem que (esses fatores) estariam associados ao TDAH".
"Há muita incompreensão por parte do público em relação ao TDAH", ela disse. "Algumas pessoas dizem que não é um transtorno, ou que o problema resulta da inadequação dos pais".
"A descoberta de um vínculo direto deveria corrigir esse estigma."
A equipe de Thapar enfatizou que não há um único gene por trás da condição e que a pesquisa está em um estágio muito inicial para que haja algum teste para o problema.
Mas o grupo espera que o estudo auxilie na compreensão das bases biológicas do TDAH, o que poderia, um dia, resultar em novos tratamentos.
Repercussão
Andrea Bilbow, diretora executiva de uma entidade britânica de apoio a famílias que enfrentam o problema, a ADDIS, disse estar animada:
"Sempre soubemos que havia um vínculo genético, com base em estudos e evidências empíricas. Esse trabalho vai nos ajudar a lidar com os céticos de maneira mais confiante. Eles estão sempre prontos a culpar os pais ou os professores."
Outros especialistas, no entanto, foram bastante críticos em relação ao estudo.
O diretor de uma entidade britânica ligada à saúde mental, Tim Kendall, disse que o TDAH é causado por vários fatores, e que associá-lo exclusivamente a causas genéticos poderia resultar em tratamentos incorretos.
"Tenho certeza de que esses estudos não vão produzir evidências inquestionáveis de que o TDAH é causado apenas geneticamente."
"Estou dizendo que (a condição resulta de) uma mistura de fatores genéticos e ambientais e que o importante é que não acabemos pensando que isso é um problema biológico sujeito apenas a tratamentos biológicos como (o remédio) Ritalina."
Um psicólogo infantil, Oliver James, citou estudos anteriores que observaram o efeito da ansiedade entre mulheres grávidas e dificuldades de relacionamento entre mães e seus bebês logo após o nascimento.
Ele disse: "Apenas 57 das 366 crianças com TDAH tinham a variação genética que seria a suposta causa da condição. Isso indica que, na vasta maioria dos casos, outros fatores são a causa principal."
Este artigo foi publicado pelo G1, em 2010. Até o momento nada há de conclusivo.
Link: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/10/estudo-vincula-deficit-de-atencao-e-hiperatividade-mutacao-genetica.html







Marise Jalowitzki às 12:43 Nenhum comentário:
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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Setenta por cento das Pessoas que usam Antidepressivos Não têm Depressão, diz Estudo




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"Estudo confirma: 70% das Pessoas que usam Antidepressivos Não têm Depressão"




Estudo confirma: 70% das Pessoas que usam Antidepressivos Não têm Depressão







POR MIKE BARRETT 


Se as vendas de antidepressivos como Zoloft, Lexapro ou Prozac nos dizem alguma coisa, é que a depressão está dominando o mundo. Entretanto, uma nova pesquisa questiona a validade de grande parte dessas vendas.
O estudo descobriu que a maioria dos indivíduos que usam os antidepressivos – cerca de 70% – não apresentam os sintomas de um episódio de depressão severa o suficiente (depressão clínica) que justifique o diagnóstico dessa medicação.
Além disto, os antidepressivos também são receitados para outras doenças psiquiátricas. A mesma investigação concluiu que 38% das pessoas usam esses medicamentos para transtorno obsessivo-compulsivo, ansiedade ou outras fobias, concluindo que o antidepressivo muitas vezes é receitado para pessoas que não apresentam os sintomas da depressão clínica.
O estudo publicado no The Journal of Clinical Psychiatry, relata: “Nossos dados indicam que os antidepressivos são comumente prescritos na ausência de indicações baseadas em evidências claras “.




Vários estudos têm mostrado que muitos indivíduos que usam antidepressivos não têm histórico atual ou tempo de vida de transtornos mentais. No entanto, estudos recentes sugerem que a avaliação retrospectiva única de transtornos mentais comumente usada em tais estudos pode substancialmente subestimar a verdadeira prevalência ao longo da vida de transtornos mentais. Examinamos a prevalência de transtornos mentais, avaliados prospectivamente em múltiplas entrevistas, entre indivíduos que atualmente utilizam antidepressivos em uma amostra comunitária.
... Conclusões: Muitas pessoas para as quais são prescritos o uso de medicamentos antidepressivos podem não preencher os critérios para transtornos mentais. Nossos dados indicam que os antidepressivos são comumente usados na ausência de indicações claras baseadas em evidências ".

Há alguns anos, a Universidade Harvard realizou um estudo para reiterar o que muitos profissionais de psicologia já sabem: muitas pessoas estão viciadas em antidepressivos. A maioria utiliza esses remédios apenas para melhorar o humor e se sentirem melhor.
O aumento na venda de antidepressivos assusta os especialistas, nas últimas décadas foi de aproximadamente 400%.
O antidepressivo se tornou popular (Prozac, Celexa, Effexor, Paxil e Zoloft são usados como se fossem doces, em uma tentativa de melhorar o humor e se sentir melhor),  embora estudos clínicos sugerem que há inúmeros métodos naturais que as pessoas podem recorrer sem se preocuparem com os efeitos colaterais causados por estas drogas.
Infelizmente, estamos enfrentando uma evidente parceria que existe entre os membros da comunidade psiquiátrica. Um estudo sobre o painel de membros da “Bíblia da Psiquiatria”, mais conhecida como Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, demonstrou que dos 170 membros que produziram os critérios do DSM-4 (publicado em 1994), 56% tinham vínculos financeiros com empresas farmacêuticas. Isto incluía o financiamento de pesquisas, consultorias e pagamentos por palestras.
Quando olhamos para os membros dos painéis convocados para elaborar o DSM-5, esse interesse e influência parece ter aumentado. Cerca de 70% dos membros da força-tarefa relataram relações com a indústria farmacêutica – um aumento de 14% em relação ao DSM-4.

A indústria farmacêutica é uma das mais rentáveis do mundo – com vendas globais alcançando US$ 400 bilhões por ano. A indústria é impulsionada pelo imperativo econômico para manter lucros elevados através de manutenção e da expansão contínua de seus mercados. E o DSM desempenha uma função importante nesse processo expandindo a lista de categorias de diagnóstico a cada nova edição.
Isso permite que os psiquiatras diagnostiquem infelicidade como doença e prescrevam medicamentos para um número crescente de pessoas vulneráveis.
Precisamos levar a angústia relatada por todos a sério, pois às vezes a ajuda medicinal é realmente necessária. Mas também precisamos questionar a crescente “patologização” da infelicidade cotidiana, pois ela fornece um mercado para a indústria farmacêutica e legitima o controle psiquiátrico.
Fonte: Saúde Curiosa - Despertar Coletivo
Natural Society - http://naturalsociety.com/study-70-of-people-on-antidepressants-dont-have-depression/http://naturalsociety.com/study-70-of-people-on-antidepressants-dont-have-depression/

Link neste blog: http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2017/01/setenta-por-cento-das-pessoas-que-usam.html




Mike é o co-fundador, editor e pesquisador da Sociedade Natural. Estudando o trabalho dos principais ativistas naturais da saúde, e escrevendo relatórios especiais para top 10 sites de saúde alternativa, Mike escreveu centenas de artigos e páginas sobre como obter o melhor bem-estar através da saúde natural. 




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Quem sou eu

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Marise Jalowitzki
Escritora, Educadora, Blogueira. Coordenadora de Dinâmica de Grupo,Especialista em Desenvolvimento Humano, pós-graduada em RH pela FGV-RJ e International Speaker pelo IFTDO-VA-USA. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas. Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. Porto Alegre/RS - Brasil
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