quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

DDA - Déficit de Atenção sem Hiperatividade


O que vai no interior desta criança - No início de sua vidinha, lá nos primeiros anos, a criança não tem noção das diferenças e convenções impostas pelo mundo adulto e ela se crê (e é!!) uma "igual", com direito e mérito a receber Amor, Carinho, Aceitação e Compreensão.



Por Marise Jalowitzki
04.fevereiro.2015

Há no mundo uma crença generalizada de "vencer". Sim, as vitorias são importantes, elas deixam nosso coração feliz, mas os pais tem sempre de lembrar que a vitória maior é a manutenção da Vida. Se for possível uma Vida saudável, melhor ainda! Depois, ou em igual patamar, vem a Felicidade, que não significa estar em êxtase o tempo todo e, sim, sabedor do dever cumprido. Chegar a noite, deitar a cabeça no travesseiro e sentir-se tranquilo por ter feito o seu possível.
Vi o final do semestre chegar e algumas mães de crianças com dda (apenas o déficit de atenção, sem hiperatividade) pertencentes ao grupo, simplesmente silenciarem.
Outras, entraram em desespero pela reprovação do(a) filho(a), apesar de todos os esforços.
Poucas as que se conformaram.
Digo-lhes que a batalha continua, mamães. Que não há tempo a perder!


Uma sólida parceria com a Escola, que deve focar no esforço que a criança despende, não apenas no resultado.

Providências na escola
- Acertar horários específicos, para as avaliações, o que significa parcelar os conteúdos (fazer em partes)
- Acertar local para que ele(a) possa fazer em separado as provas (preferencialmente na biblioteca, onde pode se concentrar sem ficar nervoso)
- Não aglutinar várias provas em mesmo dia/turno
- Solicitar que o filhote receba um lugar para sentar na primeira fila (onde fica um tanto mais difícil distrair-se), longe de janelas ou corredores envidraçados.
- Promover a sua participação em trabalhos de grupo, sem expô-lo demasiadamente.
- Explicar com outros métodos, avaliando inclusive as respostas orais ou sensoriais (aprender fazendo). (1)

 Eles são crianças que primam pelo tátil, que é a verdadeira aprendizagem efetiva (aprender fazendo, não apenas ouvindo ou lendo!!)
Bora, queridas! Muito, muito Amor e Decisão!



Sim, o DDA é diferente!

O caso do DDA (Déficit de Atenção) - sem hiperatividade tem características diferentes do tdah (transtorno de déficit de atenção com hiperatividade). Essas crianças se empenham, elas tem vontade de acertar, chegam a passar boa parte da tarde (ou manhã) debruçadas sobre os cadernos, choram, se negam a fazer, voltam de novo, mas parece que não conseguem mesmo! Geralmente têm uma atitude indolente, não gostam muito de exercício, fazem planos mas não os levam adiante.

Empenham-se em fazer os temas, chegam a dar respostas certas quando a mãe ajuda, em casa, e, dali um pouco, parece que 'dá um branco', esquecem tudo e voltam à estaca zero! 

Desespero da mãe, imagina a criança! 


O que vai no interior desta criança

No início de sua vidinha, lá nos primeiros anos, a criança não tem noção das diferenças e convenções impostas pelo mundo adulto e ela se crê (e é!!) uma "igual", com direito e mérito a receber Amor, Carinho, Aceitação e Compreensão.

Com o tempo, vai percebendo a não aceitação do meio (geralmente acontece quando vai para a escolinha, mas pode ocorrer no seio familiar, também!) e, confusa, começa a ter reações diversas, que vão desde esconder-se, ficar mais tímida e retraída, não querer participar das atividades, também pode tornar-se agressiva e reagir intempestivamente aos que lhe agridem, admoestam ou humilham.

Algumas ainda tentam fazer-se respeitar! Como uma situação que presenciei, de um amado de 2 pra 3 anos que falava 'chiado' em solo gaúcho (falava como carioca) e os coleguinhas riam dele, sem que a 'tia' esboçasse nenhuma ação. Ele correu até o colo dela e pediu:
"-Elich tenqui rechpeitá u cheitu di cada um falá!"
E o que a profe fez? Riu junto com todos os outros, deixando o garotinho com os olhos cheios de lágrimas!!!
Isto, com o decorrer do tempo, e em não se modificando, pode trazer sérias lesões à autoestima, pois vai fortalecendo a sensação de 'ser menos', de ser 'errado'. Coisas que mais tarde até o analista terá dificuldades em modificar!

E quando a criança começa a manifestar inadequações ainda mais fortes, os pais não devem se apavorar e, sim, buscar ajuda e entendimento. Auxílio de especialistas, sendo a medicação a intervenção a ser usada somente quando todos os outros tratamentos tenham sido utilizados, a caso ainda se faça necessário.



Algumas dicas:

1 - Atividades físicas ao ar livre, sem competição, nem avaliação de resultados. Passeios sem pressa, piqueniques, brincar com animaizinhos domésticos. (2)

2 - Dar um pet para o(a) filho(a) ajuda a regulação. Ele(a) tornar-se responsável pelos horários e quantidade de alimento, horário de sono e de brincar, aprender alguns hábitos, vai, naturalmente, também ajudando à criança a internalizar deveres e direitos.

3 - Muito, muito carinho e atenção, verbalizar o amor, reafirmar o quanto ele(a) é importante e querido(a). Brincadeiras de abraços, rolar no chão, de mangueira d'água, de correr. Brincar muito.

4 - Auxiliar na hora das tarefas escolares para fazer em casa. Não significa fazer pela criança, e, sim, ajudá-la a pensar. Inventar maneiras lúdicas, com figuras, cores e inserção sensorial, para assimilar melhor os conteúdos repassados. Aqui é sumamente importante que pai-mãe-avó-tia entendam que há diferentes maneiras de realizar o aprendizado e que cada criança possui seus próprios mecanismos de aquisição. 

Ninguém é igual a ninguém. Existem as inteligências 

- auditivas (escutam e gravam - cerca de 4 a 5%)

- cinestésicas (que precisam por-a-mão-na-massa para entender, isto é, a atividade física deve envolver grandemente o processo de aprendizagem - 20 a 21%) e as 

- visuais (representam cerca de 75% - gravam por ver, visualizar, entender e gravar os sinais). E, mesmo nas visuais, há aquelas que entendem por imagens isoladas (individuais) e aquelas que entendem por blocos-grupos de imagens (associativas).

5 - Proporcionar, mais adiante, aulas de reforço, caso a escola ainda não disponibilize ou a qualidade (método) deixe a desejar. Muitas mães são as mestras do reforço em casa, nas séries iniciais, mas, depois, elas também não conseguem acompanhar a complexidade dos conteúdos. Aí, contratar/matricular em alguma instituição, como o Kumon, por exemplo,pode fazer toda a diferença!

6 - Proporcionar o mais possível uma regularidade no sono. A criança é totalmente afetada quando tem um sono irregular ou curto demais. Chazinhos de camomila, erva doce, mulúngu, folhas de maracujá, erva cidreira ajudam a melhorar o sono. Retirar os eletrônicos do quarto, já que eles continuam a emitir radiação mesmo após desligados (ou, pelo menos, desplugar todas as noites e cobrir com um blackout).

7 - Manter a casa arejada-ventilada e com plantas ornamentais específicas, que ajudam a retirar a toxicidade do ar.

8 - Massagem com óleo de camomila, ajuda a relaxar e cria um ambiente de parceria e intimismo entre mãe e filho(a).

9 - Retirar o mais possível os farináceos, o leite, o açúcar (especialmente o refinado), os industrializados (o que inclui os refrigerantes, salgadinhos e etc.), mantendo uma dieta equilibrada.

10 - Procurar uma terapia psicológica, que inclua ouvir a história da criança, pela criança - e que, portanto, não deve ser apenas pelo aspecto cognitivo-comportamental.(3)

11 - Proporcionar práticas esportivas e-ou terapias alternativas (Reiki, Meditação, Yoga, Crânio-Sacral, Quiropraxia, etc.), auxiliando no equilíbrio biopsicossocial da criança, ajudando-a a se apropriar do espaço no mundo que é seu por direito e merecimento.

12 - E, caso a mãe e-ou os especialistas (saúde e educação) entenderem que a criança carece de alguma ajuda medicamentosa, optar primeitamente por um homeopata (medicina com medicações sem os riscos dos efeitos colaterais danosos da alopatia), a terapia floral ou a fitoterapia. 
Alguns são:

* Ginkgo Biloba (medicina chinesa, também receitado na homeopatia) ajuda a focar.

* Rescue (Floral de Bach) ajuda contra a ansiedade. 
Muitas mães tem relatado o efeito positivo (e, por vezes, mais rápido que a homeopatia) que os florais promovem em crianças. Geralmente as gotinhas (3 -4 ) são pingadas sublingual. Caso for menor que 9 - 10 anos, melhor se as gotinhas forem diluídas em água, pra não recber a influência do álcool (brandy) com que são diluídas as essências. Uma boa conversa com o médico floralista (homeopata, fitoterápico) vai ajudar. Na própria farmácia de manipulação eles costumam indicar um médico conhecido!.

* Erva-de-São-João para ativar a memória e afastar os estados depressivos e-ou de tristeza.

* Alecrim, tomado como chá, duas vezes ao dia (mesmas indicações da Erva-de-São-João).

* Espinheiro Marítimo (Pycogenal) - entre outros.



E Compreensão e muito Amor. 



Fonte: Livro TDAH Crianças que Desafiam
(1) Cap. 14 - A melhor escola para seu filho 
(2) Cap 13 - Relações familiares e TDAH
(3) Cap 7 - Sintomas e tipos de tratamento de TDAH, efeitos colaterais e riscos pelo uso do metilfenidato


 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

blogs:

2 comentários:

  1. Marise muito obrigada, seu texto foi o mais esclarecedor que eu encontrei. Meu filho tem DDA, foi diagnosticado a quase dois anos atrás. A maior dificuldade é que moramos no Japão, se no Brasil ele tinha dificuldades, agora elas foram multiplicadas por um milhão. O diagnóstico foi feito aqui, a escola tem trabalhado com ele, ele faz natação e Kumon. Conversei com o pediatra dele, nesse caso a escola tem que encaminhar, mas eu nem conversei mais pq não quero medicar. Mas o avanço é lento, ele não fala japonês mesmo estudando em escola japonesa a dois anos. Não sei nem o quanto ele entende, pois sempre que ele se sente testado, recua. Foi assim desde bebê. É super inteligente, está aprendendo inglês sozinho, por causa de videogame, fala sobre física, astronomia e história, mas não sabe a tabuada. Vou tentar alguns dos tópicos que você indicou.
    Muito obrigada

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fabricia querida, posso imaginar o desafio!!
      Envio minhas melhores vibrações para ti e teu pequeno!
      Peço que leias este post e, querendo, mantem contato com a mãe pelo facebook. Também é brasileira, está há mais de 20 anos no Japão e o tratamento que o psiquiatra dispensou ao filhote dela foi totalmente sem medicação psicotrópica. Aliás, nenhuma medicação, Apenas engajando família e escola, como deve ser. Qualquer coisa, permaneço à disposição. Meu e-mail marisejalowitzki@gmail.com

      Os links:
      Meu Filho TDAH sem medicação
      O papel fundamental do psiquiatra - A dedicação da mãe
      Relato de Cassia Aiko Sato
      http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/01/meu-filho-tdah-sem-medicacao-o-papel.html

      TDAH Sem Medicação - A Intervenção Certeira do Psiquiatra
      http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/04/tdah-sem-medicacao-intervencao-certeira.html

      Bjs, Felicidades, Sucesso!

      Excluir