terça-feira, 24 de julho de 2012

A Realidade Atual das Colmeias - Pólen Apícola - Sistema Natural X Sistema Atual - Interferência Humana - Parte 6



Abelhas que produzem apenas mel, abelhas que recolhem apenas pólen – IBAMA agora informa que reavaliará 4 agrotóxicos associados a efeitos nocivos aos polinizadores - Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil.  Mas não são só os pesticidas.  O Colapso das Abelhas  - Sumiço e Extinção das Abelhas
Abelhas africanizadas - grandes cultivos longe das comunidades, também sem matas ou flores - Colapso das Abelhas 



Subespécies africanizadas que só recolhem o pólen também interferem na sobrevivência das abelhas nativas, que ficam sem alimento.

A Realidade Atual das Colmeias - Pólen Apícola - Sistema Natural X Sistema Atual - Interferência Humana 
Parte 6

Por Marise Jalowitzki
24.julho.2012

O método convencional de apicultura englobava abelhas e seu sistema natural de desenvolvimento e procriação, recolhendo mel e pólen, polinizando lavouras. As coisas estão bem mudadas, exceto nos  apiários preservacionistas. 

Abelhas africanizadas recebendo água com açúcar. Com  apiários construídos em grandes e desérticas áreas, sem matas nem flores é preciso substituir a fonte básica de alimentação. Voar para muito longe as deixa exauridas, além de diminuir drasticamente a quantidade de mel produzido. A solução é o suplemento à base de açúcar como alimento.
  
Após a introdução das subespécies africanizadas, onde algumas apenas produzem mel, outras recolhem pólen, as áreas de cultivo ficaram bastante diversificadas.

Como em todo o processo que se artificializa, surgiram problemas:
Ácaro Varroa e o Fungo Nosema Ceranae estão entre os principais problemas que, por vezes, inviabilizam o cultivo, devastando colmeias. O uso excessivo de pesticidas, vírus diversos, a interferência dos celulares, a falta de higiene das colmeias, o ar poluído e mudanças climáticas, além do famoso aquecimento global, chamam a atenção do mundo, sem que as devidas providências [efetivas] aconteçam.

A verdade é que estamos em um caminho sem volta. As subespécies africanizadas são agressivas, precisam estar a consideráveis distâncias das populações humanas, bem como das colmeias nativas, além de receber a alimentação artificial em abundância, a fim de que produzam mais e mais mel. Qualquer aproximação nas colmeias africanizadas pelas abelhas nativas,recebe violento rechaço. 

abelhas africanizadas recolhem somente o pólen. Se houver abelhas nativas por perto, elas não conseguirão sobreviver, pois necessitam do néctar e do pólen.


De uns tempos para cá, o pólen apícola que, originalmente, era utilizado pelas abelhas como alimento pelas abelhas na fase larval e abelhas adultas com até 18 dias de idade, começou a despertar o interesse dos que curtem suplementação alimentar. "O pólen apícola consiste na coleta do gameta masculino das flores e transportado para a colmeia para ser armazenado nos alvéolos e passar por um processo de fermentação. É um produto rico em proteínas, lipídios, minerais e vitaminas. Em virtude do seu alto valor nutritivo, é usado como suplementação alimentar, comercializado misturado com o mel, seco, em cápsulas ou tabletes.
(Embrapa)

Adorável casinha artesanal que serve de colmeia para abelhas nativas, onde o mel ainda acontece no processo  habitual - matas, flores, pólen e néctar


A queda no número de abelhas no mundo

O desaparecimento é uma realidade. Na América do Norte, desde 2004, as perdas demonstram o menor nível de polinização dos últimos 50 anos. Nos Estados Unidos, as colônias produtoras de mel caíram de 5,5 milhões (dados de 1950) para 2,5 milhões em 2007. E continuam em queda. Na Europa, Oriente Médio e partes da Ásia, o motivo alegado é o ácaro Varroa. América do Sul, África e Austrália preferem lidar com o desconhecimento e as dúvidas.

No Brasil, as reclamações dos apicultores foi tamanha, que a Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores (FAASC) criou uma comissão para avaliar o desaparecimento das abelhas, até agora sem um "laudo definitivo". Neste mês de julho.2012, o IBAMA divulga um ponto de partida: irá  reavaliar 4 agrotóxicos associados a efeitos nocivos aos polinizadores - Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil.   Será que isso irá adiantar de alguma coisa? É sabido que mal um pesticida é proibido no Brasil, ele reaparece sob outro nome, sendo vendido normalmente. Mas não são só os pesticidas, como estamos vendo.


Enquanto isso, elas continuam morrendo.


“Três quartos das culturas que alimentam a humanidade dependem das abelhas.” – diz Bernard Vaissière, especialista em polinização do INRA na França (Instituto Nacional de Pesquisas Agronômicas).


(Todas as imagens que constam neste artigo foram capturadas em álbuns no Facebook)



Série O 'MISTÉRIO' DA EXTINÇÃO DAS ABELHAS



Abelhas em extinção - A quem mais
responsabilizar?

Extinção das Abelhas, Há Mais embaixo do Tapete!
Parte 1

http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/06/extincao-das-abelhas-ha-mais-embaixo-do.html 










Porque essa história de "MISTÉRIO"
 DO DESAPARECIMENTO DAS 
ABELHAS continua sendo 
INCESSANTEMENTE alardeada. 

Extinção das Abelhas - Mistério ou Verdade Encoberta?

Parte 2
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/06/extincao-das-abelhas-misterio-ou.html











Competição canadense envolve
apicultores e abelhas sem ferrão

Extinção das Abelhas - Consequência Planejada ou Plano Inconsequente? 
Parte 3 


















Extinção das Abelhas - Chega
de Mistério - Curso para criação
de apiário é vendido na web por
14,90 reais. 



Parte 5














Abelhas que produzem apenas
mel, abelhas que recolhem apenas
pólen – IBAMA agora informa que
reavaliará 4 agrotóxicos associados
a efeitos nocivos aos polinizadores
- Imidacloprido, Tiametoxam,
Clotianidina e Fipronil.
Mas n
ão são só os pesticidas.  

Parte 6















Abelhas sem ferrão - silvestres - não
atacam - o perigo é não saber quais as
 espécies agressivas. O melhor é não arriscar

Ataques de Abelhas - Quantas picadas matam

Parte 7

Por Marise Jalowitzki
09.setembro.2012









Os novos donos das Sementes na Terra 
Sementes, Transgenia e Robotecnia 

Parte 8
Sementes: Elemento Sagrado para Produção de Vida são também um Poderoso Instrumento Global de Interesses Econômicos

Por Marise Jalowitzki
29.agosto.2014





- É possível interromper o Colapso das Abelhas (CCD - colony collapse disorder)? O que fazem os cientistas



Abelhas robóticas como perspectiva
 de polinização, garantindo a alimentação humana



Parte 9
Por Marise Jalowitzki
21.setembro.2014









Seu nome, derivado do tupi eírapuã -
mel redondo - é uma referência ao
formato de sua colmeia. 
Ninho_Irapuá

Parte 10
Por Kalhil Pereira França e Paulo Cesar
27.janeiro.2015



Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente


 Escritora, Educadora, Ambientalista de coração,
Coordenadora de Dinâmica de Grupo,
Especialista em Desenvolvimento Humano,
Pós-graduação em RH pela FGV,
International Speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil 
marisejalowitzki@gmail.com 






FORNECIMENTO DA USINA DE CARVÃO DE CANDIOTA 3 VAI PARA A CHINA - Parte 3

Candiota III - Menino produto da convivência com o enxofre, cinzas, mercúrio metálico, oriundo das usinas de carvão - Lembrando que, para cada UM  REAL gasto em prevenção, ECONOMIZAM-SE de TRÊS A SETE REAIS em SAÚDE - atendimentos médicos, hospitalares e medicamentos.


USINA DE CARVÃO DE CANDIOTA 3 FORNECE ENERGIA PARA A CHINA
Parte 3


Assim, fica fácil para a China diminuir seus índices de poluição! É sabido que aquele país tem no carvão sua maior fonte de energia. Diminui lá, aumenta AQUI?




Por Marise Jalowitzki
24.julho.2012
http://www.compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/07/fornecimento-da-usina-de-carvao-de.html




Falou-se em menor poluição (99,9% de absorção dos gases tóxicos!!!), tecnologia de ponta que iria revolucionar a geração de energia pelo carvão no Brasil e a verdade aí está, inconteste!! Poluição, ar angustiantemente irrespirável.


Na UNICAMP, há pesquisadores brasileiros preocupados com a deterioração de esculturas de Budas, na China, devido ao dióxido sulfúrico emanado das minas de carvão chinesas. Preocupação válida, que, provavelmente, vai ficar apenas nas preocupações, pois os interesses econômicos chineses, sem dúvida, estão acima da preservação cultural e religiosa. Mas, e as pessoas? Os chineses? E aqui, os brasileiros, como estão 'se virando' ante o descaso das autoridades com a intoxicação diária a que estão sujeitos pelas usinas de Carvão em Candiota, no Rio Grande do Sul? E em São Jerônimo? Em Santa Catarina?


Sob a 'eterna' alegação de que o consumidor vai receber 'energia  mais barata', continua-se poluindo em níveis assustadores, sem que a notícia receba sequer repercussão nacional. Quando uma notícia vai ao ar, como na semana passada, são mencionadas apenas as CINZAS que 'sujam as casas', as roupas, o capô dos carros. Pronto. Esta é a notícia. E ponto.


Projeto estava parado por mais de 30 anos. Foi reativado no governo Lula e inaugurado no governo Dilma. Quem faz o controle dos impactos ambientais???




Quando foi instalada Candiota III (janeiro 2011) foi divulgado que Candiota I e II seriam desativadas e que a tecnologia de ponta iria revolucionar a extração de carvão. Até agora, os moradores do entorno, principalmente os desassistidos habitantes da Vila Operária, continuam convivendo com as cinzas e os gases tóxicos. Os gases liberados avançam por quilômetros, empestando de enxofre pulmões humanos e animais, alterando cultivos. Onde estão os dessulfurizadores prometidos? Como que este ar, PRATICAMENTE TODAS AS MADRUGADAS está assim tóxico? Por horas determinadas (sempre cambiantes) a temperatura aumenta, o ar fica seco e o cheiro, INALÁVEL!!! Entontece, revira o estômago! 


Dessulfurizador semi-seco - Candiota maior usina de extração de carvão mineral no Brasil,  prometeu instalar  o equipamento, que borrifa cal sobre o enxofre, ainda dentro das chaminés, para diminuir a agressão atmosférica. Ou não instalou, ou não está funcionando!




Dentro das notícias, muitas vezes nebulosas, destacam-se: Brasil comprou a tecnologia da China, que também enviou seus técnicos especializados, sua maquinaria e muito de seu pessoal. Em outras publicações, diz-se que os chineses 'ajudaram' a recuperar um maquinário depauperado que estava encalhado há trinta anos no Porto de Rio Grande, tornando-o no que é hoje Candiota III. O empréstimo de 80% veio também da China, pagável em 10 anos. E há uma parceria, acertada com a indústria chinesa, de fornecer energia para a China. COMO ACONTECE ISTO? 'Fornecimento' significa exportação de carvão?  ENERGIA QUE VAI PARA A CHINA? QUEM EXPLICA ISSO? QUEM DIVULGA ISSO? Assim, fica fácil para a China! Principal explorador de carvão mineral do mundo, com o COMPROMISSO em diminuir suas emissões tóxicas (lá, a principal fonte de energia advém do carvão!!!) Vem vender sua tecnologia 'de ponta' aqui, e tudo continua como antes, empestando o ar do Brasil que, acobertado por uma legislação fraca, praticamente nenhuma fiscalização sobre o setor e os ambientalistas com os olhos no desmatamento, fica tudo como está!!!


Cinzas. Danos à saúde, incluindo a dos moradores de Porto Alegre, Zona Norte, perto do Aeroporto, há mais de 300 km. Muitas, muitas madrugadas-quase-manhã são de nuvens amarelas, todas em mesma direção! QUAIS AS PROVIDÊNCIAS QUE AS AUTORIDADES ESTÃO TOMANDO? NENHUMA!!!


"A Usina Termelétrica de Candiota 3, inaugurada no início de 2011, foi construída pela Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), com quase 80% do investimento financiado pelo banco chinês de fomento China Development Bank (CDB). Em 2011, a obra foi avaliada em R$ 1,3 bilhão."


"A CGTEE fez um contrato comercial com a empresa chinesa Citic Group para o fornecimento da usina e, também, para a transferência de tecnologia e assistência técnica, que é originalmente ocidental, mas que a China já domina há duas décadas."


Todos os equipamentos usados na usina também são chineses.


"A previsão de pagamento do investimento é de 10 anos (2021), praticamente o mesmo tempo das demais usinas termelétricas a carvão no  país."






Preocupação na China!

Mais de 50 mil Budas esculpidos nas Grutas de Yungang, na China, estão sendo corroídos pela ação de pó e dióxido sulfúrico vindos das indústrias e minas de carvão da região. 
(...)

As indústrias e minas de carvão na China são altamente poluentes e de acordo com  Pedro Paulo Funari, arqueólogo e professor da Unicamp, dificilmente o governo chinês tomará atitudes que possam diminuir o ritmo dessas atividades para preservar os budas. 

Segundo ele, as minas de carvão são responsáveis por grande parte da geração de energia barata do país e absorvem a mão de obra desqualificada existente lá. Além disso, o patrimônio religioso é subordinado ao desenvolvimento econômico, e a prioridade é a melhoria de vida da população NAS QUESTÕES ENERGÉTICAS.

Com certeza, em Candiota não há 50 mil Budas, mas toda uma população que está sendo constantemente afetada. Venenos que atingem também outras regiões, incluindo a zona Norte de Porto Alegre, nas imediações do Aeroporto, a mais de 300 km de distância.

(A Bibliografia que compõe esta série consta na Parte 1)
Veja também os videos e demais artigos da Série sobre Candiota e extração do Carvão



http://www.compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/07/candiota-3-mais-moderna-usina-de-carvao.html 





Lago Ácido, tendo Aparados da Serra ao fundo - Poluição devido à exploração do Carvão mineral tem até mercúrio metálico!
Foto Tadeu S. Kane
“É um combustível do século XIV, para não falar até de antes. Você tem liberação de poluentes nocivos ao extremo: óxido de nitrogênio, enxofre, mercúrio metálico”, afirma o químico da UFRGS, Flávio Lewgoy.




Lembramos que a atividade carbonífera já levou o Uruguai a litigar com o Brasil, justamente em razão da poluição atmosférica provocada pela Usina de Candiota no país vizinho, entre elas a chamada chuva ácida.



CANDIOTA 3, a mais moderna usina de carvão do Brasil, CONTINUA POLUINDO!!!
Parte 2

Por Marise Jalowitzki
22.julho.2012
http://www.compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/07/candiota-3-mais-moderna-usina-de-carvao.html 



Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente


Escritora, Educadora, Ambientalista,
Coordenadora de Dinâmica de Grupo,
Especialista em Desenvolvimento Humano,
Pós-graduação em RH pela FGV,
International Speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil 

domingo, 22 de julho de 2012

CANDIOTA 3, A MAIS MODERNA USINA DE CARVÃO DO BRASIL, CONTINUA POLUINDO!!! Parte 2


Lago Ácido, tendo Aparados da Serra ao fundo - Poluição devido à exploração do Carvão mineral tem até mercúrio metálico!
Foto Tadeu S. Kane
“É um combustível do século XIV, para não falar até de antes. Você tem liberação de poluentes nocivos ao extremo: óxido de nitrogênio, enxofre, mercúrio metálico”, afirma o químico da UFRGS, Flávio Lewgoy.


Lembramos que a atividade carbonífera já levou o Uruguai a litigar com o Brasil, justamente em razão da poluição atmosférica provocada pela Usina de Candiota no país vizinho, entre elas a chamada chuva ácida.


CANDIOTA 3, a mais moderna usina de carvão do Brasil, CONTINUA POLUINDO!!!
Parte 2

Por Marise Jalowitzki
22.julho.2012
http://www.compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/07/candiota-3-mais-moderna-usina-de-carvao.html

O Rio Grande do Sul concentra quase 80% do carvão mineral brasileiro e Candiota é a maior usina do Brasil..

Em 18 de julho a seguinte matéria foi veiculada no Jornal Local e, depois, transmitido no Jornal do Almoço da RBS (sucursal da rede Globo). Mostram e comentam somente sobre as cinzas, intensas e frequentes (não iria parar?), sem se ater a todos os efeitos danosos à saúde.

Cinza empesta Candiota
Divulgação em 19.julho.2012

Assista à reportagem:

http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/jornal-do-almoco/videos/t/edicoes/v/cinzas-da-usina-termeletrica-preocupa-moradores-de-candiota/2048420/




Também em 05.junho.2012 Candiota foi notícia -  http://g1.globo.com/jornal-nacional/videos/t/edicoes/v/usinas-termoeletricas-sao-um-dos-maiores-poluidores-do-planeta/1979629/

O que consta no video:


O Jornal Nacional exibiu, nesta semana, uma série de reportagens sobre a produção de energia elétrica e o tema desta terça-feira (5) é o carvão mineral.

Problema de metrópole nos carros, nos quintais. E a poluição já foi bem pior, dizem.

“A gente comeu cinza. Lavava com a mangueira para tirar toda a cinza. Mas agora não, graças a Deus está melhor. Mas vem cinza, ainda vem cinza”, conta a aposentada Eva Silveira.

A usina termelétrica movida a carvão mineral não está no local por acaso. O Rio Grande do Sul concentra quase 80% do carvão mineral brasileiro. Na maior mina do país, no município de Candiota, onde o minério é encontrado a dezenas de metros abaixo do nível do solo, ele está em uma camada de 2,5 metros a 3 metros de espessura.

O carvão produz cerca de 1,5% da energia elétrica do Brasil. Na China, são quase 80%. Esse combustível é a principal fonte de poluição nos Estados Unidos, onde gera 45% da energia.

“Neste momento, não há razão para utilizar o carvão, que ele é caro, poluente, causa o efeito estufa e, além disso, o carvão brasileiro é de baixa qualidade”, define o diretor do Instituto de Energia da USP, Ildo Sauer.

“É um combustível do século XIV, para não falar até de antes. Você tem liberação de poluentes nocivos ao extremo: óxido de nitrogênio, enxofre, mercúrio metálico”, afirma o químico da UFRS, Flávio Lewgoy.

Segundo as usinas, o impacto tem sido reduzido com investimentos em tecnologia. Chinesa, por exemplo, como a usada na terceira fase de Candiota.

“As novas usinas são muito mais eficientes. Consomem menos carvão para gerar a mesma energia. Temos condições de remover as cinzas geradas na combustão, temos condições de remover o dióxido de enxofre formado na combustão”, diz o gestor ambiental da Usina de Candiota, Francisco Makmillan Porto.

Mas para funcionar, a unidade nova depende das antigas, projetadas nos anos 60, e a reforma delas só estará pronta em 2014. Mesmo com todos os riscos ambientais, Candiota defende o carvão com unhas e dentes.

“É o nosso ganha pão aqui”, afirma uma moradora.

“O carvão não é mais aquela poluição de dez, 15, 20 anos atrás. A tecnologia já vem melhorando, a parte de mineração já tem uma regeneração que consegue recuperar os solos”, explica o presidente do Sindicato dos Mineradores, Vágner Lopes.

Segundo a empresa mineradora, não é exatamente isso.

“Não dá para dizer que vá se recuperar completamente, como antes. Tanto que nós chamamos de recuperação, não regeneração. Recuperar condições de novamente revegetar”, diz o empresário riograndense de mineração Edson Beltrame.

As áreas mineradas são recobertas com camadas de argila e de solo vegetal.

“Para ele ficar bom vai levar muito tempo. A gente não tem ideia desse tempo, certamente a vida de uma pessoa não é suficiente para dizer que o solo está bom”, pensa o professor da Universidade Federal de Pelotas, Eloy Antonio Pauletto.

E o custo disso...

“É muito caro, hoje a recuperação de algumas áreas já nos custam algo ao redor de três a quatro vezes o valor da terra”, contabiliza Beltrame.

Em áreas de exploração mais antiga, o estrago ambiental é ainda maior.

Na periferia de Criciúma, em Santa Catarina, uma vila com mais de 100 casas foi construída em cima de rejeitos de carvão. Para algumas famílias, sujeira no rosto não é o pior.

“Não, não, o calor é terrível. Nossa, no verão não dá para parar porque é tudo pirita. Sobe um vapor que derrete”, diz um morador.

Pirita é uma das substâncias tóxicas liberadas da terra, junto com o carvão. Há ainda metais pesados que contaminam cursos d´água. A estimativa é de cinco mil hectares de áreas degradadas na região.

“O nosso trabalho tem sido muito isso, de fiscalizar, para que uma atividade que já é potencialmente poluidora seja o menos possível, que ande dentro da lei e que faça o resgate desse passivo ambiental de mais de um século”, diz o procurador da República, Darlan Dias.

O futuro do carvão no Brasil passa por acordos internacionais, como os assinados na Cúpula do Clima de 2009, na Dinamarca.

“Compromissos que o Brasil colocou em lei, com relação à emissão de gases de efeito estufa, em Copenhague. Os compromissos que ele assumiu lá, ele vai manter. E dentro disso, você tendo alternativa renovável e limpa, você vai priorizando essas fontes”, afirma o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann


Para Candiota 3, os chineses entraram com o equipamento e o financiamento. O banco CDB (China Development Bank), o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) deles, entrou com o financiamento. E o Citic, que é uma espécie de Eletrobras chinesa, foi responsável pelos equipamentos e pela mão de obra que eles contrataram aqui.
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=45668

Candiota III, com capacidade de 350 MW, é a maior obra do PAC na região Sul. Apesar de toda a divulgação de que Candiota III 'iria mudar a imagem das usinas de carvão no Brasil", a usina continua empestando o ar do Rio Grande do Sul. Não é só dos arredores de Candiota, não! Vim morar neste bairro (Passo D'Areia, em Porto Alegre) em meados de 2009 e não tinha este cheiro horrível, não!!! Foi pouco mais de um ano após, coincidentemente com a inauguração de Candiota III que o inferno começou! Minhas queridas plantinhas no terraço estão quase sempre pretas, queimadas por ar e chuva ácidas, a maioria morre, somente as arvoretas mais fortes resistem. A saúde humana? Esta está alarmantemente avariada! Os sintomas, escrevi-os mais uma vez em um artigo anterior, que trata também de Candiota (Parte 1).

A Usina Termelétrica (UTE) Candiota III, dizem, tem um sistema de tratamento das cinzas e do enxofre liberados na queima do carvão que torna o processo menos poluente. Como assim? No início de 2011, quando a UTE entrou em funcionamento, Hermes Ceratti Marques, engenheiro e coordenador do projeto, afirmou que a poluição seria 'a menor' de todas as outras usinas existentes no Brasil. Não é o que acontece. Esta semana, quando seu nome foi veiculado novamente na mídia local, falou em 'transtornos' como se a coisa não fosse corriqueira.


"... a usina tem um sistema de tratamento das cinzas e do enxofre liberados na queima do carvão que dá mais eficiência na geração e torna o processo menos poluente e é a mais moderna usina brasileira movida a carvão. A planta foi equipada com dessulfurizadores, câmaras que, a partir de um reagente, retém o enxofre liberado na queima do carvão. Um sistema de filtros de alta performance captura as cinzas produzidas", afirma o engenheiro e coordenador do projeto de Candiota 3, Hermes Ceratti Marques.

Segundo Marques,os modelos anteriores eram capazes de reter até 99,4%. Em Candiota 3, é possível reter até 99,9% das cinzas.

Com a tecnologia aplicada na usina, as emissões de poluentes caem drasticamente. A quantidade de enxofre liberado é quase 80% menor que a das demais usinas brasileiras a carvão. A emissão de grandes quantidades de enxofre na atmosfera causa o efeito conhecido como chuva ácida, altamente prejudicial à agricultura e à saúde das pessoas e dos animais.

A UTE gaúcha aperfeiçoou também o processo de queima do carvão e, por causa disso, é mais eficiente. Para a produção de 1 megawatt por hora (MWh) são queimados cerca de 900 quilos (kg) de carvão. As duas plantas mais antigas instaladas em Candiota (município a 350 quilômetros de Porto Alegre), que queimam o mesmo tipo de carvão que a unidade 3, precisam de cerca de 1,15 mil kg para gerar a mesma energia. Segundo Ceratti, esse “custo menor na produção da energia se traduz em uma tarifa mais barata [para o consumidor]”. A usina tem ainda um processo de tratamento e reutilização da água usada no processo industrial, que também reduz o impacto no ambiente.

Candiota 3 foi construída pela Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), com 75% do investimento financiado pelo banco chinês de fomento China Development Bank (CDB). A obra está avaliada em R$ 1,3 bilhão. A CGTEE fez um contrato comercial com empresa chinesa Citic Group para o fornecimento da usina e, também, para a transferência de tecnologia e assistência técnica, que é originalmente ocidental, mas que a China já domina há duas décadas. Todos os equipamentos usados na usina também são chineses.

A previsão de pagamento do investimento é de 10 anos, praticamente o mesmo tempo das demais usinas termelétricas a carvão do país. 

Edição: Vinicius Doria

Para conhecer a história das usinas em Candiota:



Parte 1 
Usina de Carvão Candiota III se propunha a ser menos poluente. Ninguém acreditava! Com razão!


QUEM VAI PARAR AS USINAS DE CARVÃO DE CANDIOTA? SOCORRO!
Parte 1
21.julho.2012





Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente


Escritora, Educadora, Ambientalista,
Coordenadora de Dinâmica de Grupo,
Especialista em Desenvolvimento Humano,
Pós-graduação em RH pela FGV,
International Speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil